sábado, 28 de janeiro de 2017

Futebol de Quarai (RS)


Histórico

 O Esporte Clube Bataclan, de Quarai (RS) foi refundado em 7 de julho de 1963. Um clube de bairro, que se propunha viabilizar aos moradores da região e adjacências, um espaço onde os desportistas pudessem confraternizar e se fazer representativo na modalidade.

Dizia-se que se tratava de um clube de negros ou pretos. O Bataclã ou “Bata” encantou os seus amigos, sócios, afilhados e simpatizantes. Não se tratava de um clube de elite, mas um espaço destinado aos menos afortunados e de simpatia reinante, aconchegante.

O senhor Bataclã deveu suas glórias a um time de aficionados defensores pelo futebol e pela necessidade de ter no local um espaço de convívio familiar e também social.

Ali na antiga Rua Quaraí hoje Bacharel Francisco da Cunha Correa, transcorreram nos fins de semana centenas de bailes sociais, chás dançantes, um verdadeiro local de encontro de vários casais, formando famílias que hoje se reformularam.

Quantos carnavais, blocos carnavalescos, arrastões, escolas de samba (Cadetes) se formaram no convício do “Velho Bata”. Seus sócios, amigos e frequentadores tinham a disposição uma quadra esportiva considerada a época do seu lançamento, a melhor da cidade.

Quem não lembra dos campeonatos de futebol de salão que encantaram a cidade e a vizinha Artigas? Dos Salões de fim de tarde, onde para dispor de uma bola propícia ao esporte, era preciso ter a paciência e esperar a boa vontade de quem era seu dono.

Muitos viveram esse dilema. Do clube, nasceram várias e remodeladas equipes salonistas, como o 13 de Maio e Juventus, dentre outros. As intermináveis partidas de “Ping Pong” e o “Jogo da Vida”, na mesa de Bilhar, que muitas vezes começavam pela manhã e iam madrugada à dentro.

No futebol o “Bata” enfrentou seus pares de época, Brasil, Quarai e Universal, sagrando-se Campeão em 1969 quando se pensava em modernizar o “Estádio Aloísio Falcão”.

O time jogava por amor a camisa. Os treinos aconteciam no campo de várzea entre o rio Quarai e o Eucaliptal, que não existe mais, ao som de um interminável Jamelão interpretando Lupicínio. Quando das cheias do rio, a bola caia na água e nem sempre se conseguia recuperá-la.

O “Velho Bata”, quando não ia muito bem das pernas, socorria-se dos seus fundadores que partiam com o famoso “Livro de Ouro” junto ao comercio local, em busca de recursos, muitas vezes necessários para despesas como água e luz.

Quando da época de aniversário do clube, era comum a visita de agremiações de Uruguaiana e Alegrete, brindadas por um caprichoso churrasco de chão sob a batuta do inesquecível Clemente.

Muitas histórias para contar. Alguns dos baluartes que deram vida ao “Velho Bata”: José Barreto, João Carlos Barreto, Saul Barreto, João Batista, Wilmar Mathias, o “Galo”, Ventura, seu Nei, seu Aristides, Israel Damião, seu Bertolli, os Pazzinis, Nonga e seu inesquecível guaraná, Gélbio Mathias, Titio, Moacir, Zeca, Wilson Mirailha, Walter, Conterrâneo, Torresmo, Eurico, Canela, Camilinho, Piringa, Joelci, Gilberto, Gigo, Vaz, Parolli, Pagui, Nilson Pazzini, Bolacha, Dedão, Tita, Sem Coco, Caroço, Camilinho do Sax, Freitas, Raul, seu Aparício, Roberto Bordão, Zequinha, Aldo, os Madril, Gomeri do seu Ciro dos Pratos, etc..

E não esquecendo aas baluartes femininas; donas Margarida e Maria das Cadochas, Maria do seu Lilica, Reasilva, Vitalina (as três, Mathias, Barreto e Parolli), Preta, Neuma, Naire, as meninas do José de Abreu (Arranca...), irmãs do Sarará e da Gilca.

Fica a lembrança de todos que fizeram do “Velho Bata” um espaço de amizade, companheirismo, alegria e diversão para uma geração passada.

Agora é preciso encontrar pessoas aficionadas e determinadas e levantar o “Velho Bata”, fazendo com que a alegria de antes possa novamente ser sentida em nome da coletividade.

Hoje não é mais um clube de negros ou pretos, mas um clube de amigos, vizinhos e representantes da digna classe da baixada da Usina.

Um baile social, um chá dançante, um grito de Carnaval, um ensaio dos “Cadetes”, da “Escola de Samba Mirim dos Meninos”, a da “Mangueira”, um torneio de Futsal. Não é querer muito. É relembrar um passado de alegrias. Parabéns ao Esporte Clube Bataclã. (Fonte: Iburã Mathias)

Sede do Esporte Clube Bataclan (Foto: Dutra Gentil Borges)


Esporte Clube Bataclan campeão amador de Quarai 2014, ao derrotar o Gaudência no jogo final, disputado no Estádio Aluizio Falcão. (Foto: Prefeitura Municipal de Quarai)

Esporte Clube Bataclan, em foto recente. (Foto: Dutra Gentil Borges)


Esporte Clube Bataclan, em 1973. (Foto: Arquivo pessoal do Bragio)

Esporte Clube Bataclan, década de 1960. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Esporte Clube Bataclan, década de 1960. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Equipe infantil do Esporte Clube Bataclan, década de 1950. Em pé: Deco - Afonso - Batuta - Bigio - Alexandre e Jaci. Agachados: Almir - Paulinho - Santa Helena - Passarinho - Toquinho - Domingos e Dutra. (Foto: (Foto: Dutra Gentil Borges)

Foto antiga do Bataclan. Sem identificação.

ESTÁDIO ALUÍZIO FALCÃO


O Estádio Aluízio Falcão, em Quaraí, pertence a Prefeitura Municipal e é gerenciado e conservado pela Secretaria de Turismo e Lazer, tendo capacidade para cerca de 1.500 pessoas sentadas. O estádio conta com espaço para estacionamento.

Atualmente é utilizado para jogos escolares e escolinhas de futebol, além dos jogos dos times representantes do futebol do município nas competições regionais, com destaque para o denominado "Grêmio Esportivo Universal", mais conhecido como o "cobra coral da fronteira", que já foi profissional e hoje está na ativa como amador. Reativado em 2014, já participou do Campeonato Gaúcho de 1933 e da 2ª divisão em 1994.

Ainda o Quarai F.C., fundado no dia 19 de junho de 1919. O time participou do Campeonato Gaúcho de 1921 (4ª Região). E também o Brasil F.C. que sagrou-se tricampeão estadual de amadores nos anos 60,

Em 2012 o Estádio Aluízio Falcão já sofria com as dificuldades do futebol interiorano e seu gramado se encontrava em péssimas qualidades.

GRÊMIO ESPORTIVO UNIVERSAL




GRÊMIO ESPORTIVO UNIVERSAL

O Grêmio Esportivo Universal foi fundado no dia 27 de Fevereiro de 1927. Sua sede se localizava na Rua Dartagnan Tubino, 1.324, no centro de Quaraí.

O Universal mandava os seus jogos no Estádio Aluísio Falcão com capacidade para 8.500 espectadores. A última participação do G.E. Universal aconteceu em 2007, quando participou da “Taça Volta da Rivalidade – IV Fronteiraço”.

Os demais participantes foram Sá Viana F.C .(Uruguaiana), E.C. Ferro Carril (Uruguaiana), Jarau FC (uma equipe nova de Quaraí) e 7 de Setembro F.C. (Quarai).

Suas cores são o vermelho e preto. Títulos: Campeão Municipal. (1960 e 1979).


1994. Na Série C. (Foto: Anotando Futebol)


1980. (Foto: Anotando Futebol)

1979. (Foto: Anotando Futebol)

1978. (Foto: Anotando Futebol)


1970. (Foto: Anotando Futebol)
1967. Em pé: Doblete - Alcenir Jardim - Crixel - Dutra - Carlinhos e Aurides. Agachados: Medeiro - Polaco - Paulo - Jardim - Adão - Jardim - Preto e Solé. (Foto: Anotando Futebol)

1960. (Foto: Anotando Futebol)


1960. (Foto: Anotando Futebol)


1955. (Foto: Anotando Futebol)


1950. (Foto: Anotando Futebol)


O Quaraí Futebol Clube foi fundado em 19 de junho de 1919, com o nome de Quarahy Foot-Ball Club Cidade, com as cores preta e branca. Atualmente encontra-se na condição de amador inativo.

Títulos conquistados: Campeão Municipal. (1958); Campeão Gaúcho Amador da Série Ouro. (1958); Campeão Gaúcho Amador, Série Vermelha (1959); Campeão Gaúcho Amador, Série Vermelha (1960); Campeão Gaúcho Amador, Série Vermelha (1968. 

1970.

1965. Dirigentes: Joao Giuliani – Sargento Elias - Pafiadache – Senhor Oscar Souza entre outros. Atletas: Raul Abella – Chapeu -  Choinha – Sérgio Ximenes - Alvarim e Silvio.

1965. (Foto: Anotando Futebol)

Quarai, 1964. (Foto: Dutra Gentil Borges)

1960. (Foto: Anotando Futebol)

1960. Lance de um jogo entre Quarai X Serrano, de Bento Gonçalves. (Foto: Anotando Futebol)

1960. (Foto: Anotando Futebol)

1960. (Foto: Anotando Futebol)

(Foto: Anotando Futebol)

Quarai, campeão estadual de 1958. (Foto: Anotando Futebol)

Quarai, tri-campeão da cidade: 1955, 1956 e 1957.  (Foto: Anotando Futebol)


1955. (Foto: Anotando Futebol)

1950. (Foto: Anotando Futebol)


Década de 1950. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)

SELEÇÃO DE QUARAI

2016. (Foto: Anotando Futebol)

1975. (Foto: Anotando Futebol)


Seleção de Quarai, sem identificação. (Foto: Anotando Futebol)

Deco, Amarelo, Sapo e Pinduca. (Foto: Anotando Futebol)

7 DE SETEMBRO, DE BARRA DO QUARAI


O Clube 7 de Setembro da Barra do Quaraí foi fundado em setembro de 1912. Hoje, conta com um século de história no esporte e na cultura local. É um dos mais antigos clubes do Rio Grande do Sul.

Desde 1887 se praticava o futebol na Barra do Quaraí, com os trabalhadores do Frigorífico Saladero, pertencente a Companhia Saladera Barra do Quaraí, empresa inglesa ali estabelecida desde este mencionado ano.

A bola era feita de bexiga de boi e rolava nos pátios da fábrica. Com a chegada dos ingleses, em 1900, para fazer a ponte de ferro, o futebol tomou grande vigor. Nessa época, nasceram os seguintes times na vila da Barra do Quarai: Ideal, Farroupilha, Gaúcho, Operário e o 7 de Setembro Foot-Ball Club. 

O 7 de Setembro tornou-se o clube social da cidade e sempre carregou centenas de admiradores. Seus presidentes faziam do clube a sua casa, e sua casa servia de abrigo familiar para muitos setembristas de coração.
     
Antigamente o 7 de Setembro era uma grande estrutura de madeira, cercada por arame. No salão eram usados faróis de querosene. Em 1961, sob a presidência de Antonio Araci, era usado um trator ligado a um gerador para fornecer luz elétrica. O responsável pela eletricidade era Jose Schimidt e o trator era cedido por Nelson Doviggi. No ano de 1965 os bailes eram iluminados por faróis a gas.

 Na década de 60, a luz elétrica na Barra do Quaraí apenas funcionava das 19h00 às 23h00. Porém, nos dias de baile no 7 de Setembro se pagava combustível para a energia elétrica seguir até às 6h00 da manhã. 

As raínhas do clube eram escolghidas através de votos, vendidos de casa em casa. Quem mais vendesse votos era a rainha, a segunda que mais vendia era a primeira princesa. Nos fundos do clube, em 1968, foi criado uma cancha de bochas; ao lado, uma pista de danças ao ar livre. (Fonte: Times do Rio Grande do Sul)

Sessão Solene de apresentação da nova diretoria do 7 de Setembro eleita em 04 de fevereiro de 2007. O presidente da entidade, Julio Teixeira, apresentou uma nova forma de atuar do clube, destacando a importância da vida cultural no momento em que uma sociedade repleta de valores como a de Barra do Quaraí, buscava alternativas. (Foto: Futebol do Rio Grande do Sul)

Ramão Benites - ficou conhecido como um dos grandes jogadores de futebol da equipe do clube 7 de Setembro.

Ramão, além de grande jogador era um pedreiro de mão cheia. Mas em dia de futebol, deixava tudo de lado e se pudesse morava dentro de um campo, pois tamanha era a sua paixão pela camiseta preta e branca do 7 de Setembro.

Ramão era casado com a lavadeira Patota, que assim como o marido, era Setembrista, mas nunca ia ao campo ver os jogos. Gostava mesmo era de lavar roupa para fora. Ramão jogou no time de 1925 até 1955, sempre como titular
     
No ano de 1979, já com 70 anos, ela estava na beira do campo fazendo a vez de gandula, ou mostrando jogadas aos novatos da equipe.

O grande zagueiro mereceu reconhecimentos de todos os antigos jogadores, como um dos grandes que vestiram a camiseta preta e branca. E ganhou na parede da vida futebolista, um quadro pintado a óleo, para ficar eternizado como o zagueirão do 7 de Setembro. (Foto: Futebol do Rio Grande do Sul)

Ramão Benites, o maior ídolo do 7 de Setembro. (Foto: Folha Barrense) 

Miguel Pacifico, abnegado setembrista. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Campo do 7 de Setembro. (Foto: Dutra Gentil Borges)


7 de Setembro, sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)


7 de Setembro, sem identificação.  (Foto: Times do Rio Grande do Sul) 

Um clássico na fronteira: 7 de Setembro contra o Fluminense, de Livramento, onde jogavam Osvaldo Prestes, Nenê, Preto, Ricardo Garay, Arnóbio, Pato Poeta, Viriato, Carlitos, Eraldino.

E pelo 7 de Setembro: Camargo, Solom Paz, Paulo Rodriguez, Isodoro, Guilhermino, Ramão, Rocky, Miguens. No centro, as rainhas dos dois clubes. O campo ficava perto do açude do Saladero. (Foto: Times do Rio Grande do Sul) 

7 de Setembro em desfile. Sem o ano. (Foto: Dutra Gentil Borges)



América 2015. (Foto: Acervo do clube)

OUTROS TIMES


Cruzeiro, de São Roque. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Time dos Bancários, 1950. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Seleção dos Sessentões. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Time do Ginásio. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Time do Ginásio. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Esporte Clube Random. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)


Esporte Clube Floriano, década de 1970. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)

Cruzeirinho Futebol Clube, da Vila Militar, Bairro São Roque, em 1966. (Foto: Dutra Gentil Borges)

União Serrano Atlético Clube, da Vila Militar, Bairro São Roque. 1964. (Foto: Dutra Gentil Borges)

3 comentários:

Reissouza disse...

Boa noite, amigo Nilo. Teu blog é fantástico. Sempre uma ótima leitura. Apenas uma consideração: na verdade, a Barra do Quaraí não tem nada a ver com Quaraí, exceto dividirem uma fronteira. A Barra do Quaraí era um antigo distrito de Uruguaiana e, inclusive, não há nem ligação rodoviária direta entre Barra do Quaraí e Quaraí, sendo necessário ir ao Uruguai ou à Uruguaiana para se ir de uma a outra. Grande abraço.

Unknown disse...

Meu saudoso pai Luiz Carlos (Luizinho do banjo) também fez parte da história do bata .

Thai Music BR disse...

Pois é. Não lembramos de todos. Assim relembrar e trazer a tona os abnegados nomes que deram vida ao nosso Bataclã, não tem preço