
MADUREIRA NA TERRA DE FIDEL CASTRO E CHE GUEVARA
O país ainda respirava ares do bem-sucedido Pan-Americano de São Paulo e se preparava para sediar o Mundial de Basquete. Carlos Alberto Torres e Jairzinho eram as revelações da seleção medalha de ouro, numa época em que o futebol brasileiro, bicampeão do mundo no Chile, um ano antes, vivia seu esplendor. Mas o que marcou aquele inesquecível maio de 1963 foi a visita do Madureira a Cuba, onde seria recebido com honras e reverenciado por Ernesto Che Guevara, um dos líderes da revolução que levou Fidel Castro ao poder em 1959 e figura proeminente de seu tempo.
“O contato com Che Guevara foi extremamente amigável. Ele foi carinhoso. Visitou-nos no hotel e, no jogo a que assistiu, distribuiu flâmulas”, lembra o ex-apoiador Jorge Farah.
A passagem do Madureira de Farah, Peixe-Galo e Batata pela ilha fez parte de uma excursão pelas Américas, dois anos depois de o clube ter-se tornado o primeiro do Brasil a dar uma volta ao mundo, e Che Guevara ter sido condecorado em Brasília pelo então presidente Jânio Quadros com a Ordem do Cruzeiro do Sul. No mesmo período, Flamengo, Fluminense e Bangu viajavam pela Europa e o Bonsucesso arrumava as malas para faturar alguns dólares em Guaiaquil, no Equador.
Os amistosos, negociados por José da Gama Correia da Silva, o Zé da Gama, português que presidiu o Madureira no biênio 1959/60 e atuava como empresário de futebol, começaram na Colômbia, seguiram-se na Costa Rica, passando por El Salvador e México. Em Cuba, o Madureira fez um total de cinco jogos, vencendo todos: Industriales (campeão local, 5 a 2), Municipalidad de Morrón, da Província de Camaguey (6 a 1), um combinado universitário (11 a 1) e uma seleção de Havana (vitórias por 1 a 0 e 3 a 2). A segunda, no dia 18 de maio, foi presenciada por Che, na época ministro da Indústria.
“Ele vestia aquele uniforme verde-oliva do Exército. Depois da partida, entrou em campo e saudou um por um”, recorda-se Farah. “Pareceu um homem íntegro.”
Em 1963, Cuba completava quatro anos sob o regime comunista, implantado após o triunfo do Movimento 26 de Julho. A delegação carioca se hospedou no lendário Hilton Havana, símbolo da opulência americana durante a ditadura de Fulgêncio Batista e rebatizado
“Havana Livre” por Fidel. Passados 45 anos, muitas lembranças se esvaíram, mas Farah não se esquece de Che e do fascínio despertado pelo Madureira no povo cubano.Fonte: Fábio Juppa e João Máximo - http://oglobo.globo.com/jornal/esportes/)









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