Histórico
O Esporte Clube Bataclan, de Quarai (RS) foi refundado em 7 de julho de 1963. Um clube de bairro, que se propunha viabilizar
aos moradores da região e adjacências, um espaço onde os desportistas pudessem
confraternizar e se fazer representativo na modalidade.
Dizia-se
que se tratava de um clube de negros ou pretos. O Bataclã ou “Bata” encantou os
seus amigos, sócios, afilhados e simpatizantes. Não se tratava de um clube de
elite, mas um espaço destinado aos menos afortunados e de simpatia reinante,
aconchegante.
O
senhor Bataclã deveu suas glórias a um time de aficionados defensores pelo
futebol e pela necessidade de ter no local um espaço de convívio familiar e também
social.
Ali
na antiga Rua Quaraí hoje Bacharel Francisco da Cunha Correa, transcorreram nos
fins de semana centenas de bailes sociais, chás dançantes, um verdadeiro local
de encontro de vários casais, formando famílias que hoje se reformularam.
Quantos
carnavais, blocos carnavalescos, arrastões, escolas de samba (Cadetes) se
formaram no convício do “Velho Bata”. Seus sócios, amigos e frequentadores
tinham a disposição uma quadra esportiva considerada a época do seu lançamento,
a melhor da cidade.
Quem
não lembra dos campeonatos de futebol de salão que encantaram a cidade e a
vizinha Artigas? Dos Salões de fim de tarde, onde para dispor de uma bola
propícia ao esporte, era preciso ter a paciência e esperar a boa vontade de
quem era seu dono.
Muitos
viveram esse dilema. Do clube, nasceram várias e remodeladas equipes
salonistas, como o 13 de Maio e Juventus, dentre outros. As intermináveis
partidas de “Ping Pong” e o “Jogo da Vida”, na mesa de Bilhar, que muitas vezes
começavam pela manhã e iam madrugada à dentro.
No
futebol o “Bata” enfrentou seus pares de época, Brasil, Quarai e Universal,
sagrando-se Campeão em 1969 quando se pensava em modernizar o “Estádio Aloísio
Falcão”.
O
time jogava por amor a camisa. Os treinos aconteciam no campo de várzea entre o
rio Quarai e o Eucaliptal, que não existe mais, ao som de um interminável
Jamelão interpretando Lupicínio. Quando das cheias do rio, a bola caia na água
e nem sempre se conseguia recuperá-la.
O
“Velho Bata”, quando não ia muito bem das pernas, socorria-se dos seus
fundadores que partiam com o famoso “Livro de Ouro” junto ao comercio local, em
busca de recursos, muitas vezes necessários para despesas como água e luz.
Quando
da época de aniversário do clube, era comum a visita de agremiações de
Uruguaiana e Alegrete, brindadas por um caprichoso churrasco de chão sob a
batuta do inesquecível Clemente.
Muitas
histórias para contar. Alguns dos baluartes que deram vida ao “Velho Bata”: José
Barreto, João Carlos Barreto, Saul Barreto, João Batista, Wilmar Mathias, o “Galo”,
Ventura, seu Nei, seu Aristides, Israel Damião, seu Bertolli, os Pazzinis, Nonga
e seu inesquecível guaraná, Gélbio Mathias, Titio, Moacir, Zeca, Wilson Mirailha,
Walter, Conterrâneo, Torresmo, Eurico, Canela, Camilinho, Piringa, Joelci, Gilberto,
Gigo, Vaz, Parolli, Pagui, Nilson Pazzini, Bolacha, Dedão, Tita, Sem Coco, Caroço,
Camilinho do Sax, Freitas, Raul, seu Aparício, Roberto Bordão, Zequinha, Aldo, os
Madril, Gomeri do seu Ciro dos Pratos, etc..
E
não esquecendo aas baluartes femininas; donas Margarida e Maria das Cadochas, Maria
do seu Lilica, Reasilva, Vitalina (as três, Mathias, Barreto e Parolli), Preta,
Neuma, Naire, as meninas do José de Abreu (Arranca...), irmãs do Sarará e da
Gilca.
Fica
a lembrança de todos que fizeram do “Velho Bata” um espaço de amizade,
companheirismo, alegria e diversão para uma geração passada.
Agora
é preciso encontrar pessoas aficionadas e determinadas e levantar o “Velho Bata”,
fazendo com que a alegria de antes possa novamente ser sentida em nome da coletividade.
Hoje
não é mais um clube de negros ou pretos, mas um clube de amigos, vizinhos e
representantes da digna classe da baixada da Usina.
Um
baile social, um chá dançante, um grito de Carnaval, um ensaio dos “Cadetes”,
da “Escola de Samba Mirim dos Meninos”, a da “Mangueira”, um torneio de Futsal.
Não é querer muito. É relembrar um passado de alegrias. Parabéns ao Esporte
Clube Bataclã. (Fonte: Iburã Mathias)
Sede
do Esporte Clube Bataclan (Foto: Dutra Gentil Borges)
Esporte Clube Bataclan campeão amador de Quarai 2014, ao derrotar o Gaudência no jogo final, disputado no Estádio Aluizio Falcão. (Foto: Prefeitura Municipal de Quarai)
Esporte Clube Bataclan, década de 1960. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Esporte Clube Bataclan, década de 1960. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Equipe infantil do Esporte
Clube Bataclan, década de 1950. Em pé: Deco - Afonso - Batuta - Bigio -
Alexandre e Jaci. Agachados: Almir - Paulinho - Santa Helena - Passarinho -
Toquinho - Domingos e Dutra. (Foto: (Foto: Dutra Gentil Borges)
Foto antiga do Bataclan. Sem identificação.
Em
2012 o Estádio Aluízio Falcão já sofria com as dificuldades do futebol
interiorano e seu gramado se encontrava em péssimas qualidades.
GRÊMIO ESPORTIVO UNIVERSAL
Suas
cores são o vermelho e preto. Títulos: Campeão Municipal. (1960 e 1979).
ESTÁDIO ALUÍZIO FALCÃO
O
Estádio Aluízio Falcão, em Quaraí, pertence a Prefeitura Municipal e é
gerenciado e conservado pela Secretaria de Turismo e Lazer, tendo capacidade
para cerca de 1.500 pessoas sentadas. O estádio conta com espaço para
estacionamento.
Atualmente
é utilizado para jogos escolares e escolinhas de futebol, além dos jogos dos
times representantes do futebol do município nas competições regionais, com
destaque para o denominado "Grêmio Esportivo Universal", mais
conhecido como o "cobra coral da fronteira", que já foi profissional
e hoje está na ativa como amador. Reativado em 2014, já participou do
Campeonato Gaúcho de 1933 e da 2ª divisão em 1994.
Ainda
o Quarai F.C., fundado no dia 19 de junho de 1919. O time participou do
Campeonato Gaúcho de 1921 (4ª Região). E também o Brasil F.C. que sagrou-se
tricampeão estadual de amadores nos anos 60,
GRÊMIO ESPORTIVO UNIVERSAL
GRÊMIO
ESPORTIVO UNIVERSAL
O
Grêmio Esportivo Universal foi fundado no dia 27 de Fevereiro de 1927. Sua sede
se localizava na Rua Dartagnan Tubino, 1.324, no centro de Quaraí.
O
Universal mandava os seus jogos no Estádio Aluísio Falcão com capacidade para
8.500 espectadores. A última participação do G.E. Universal aconteceu em 2007,
quando participou da “Taça Volta da Rivalidade – IV Fronteiraço”.
Os
demais participantes foram Sá Viana F.C .(Uruguaiana), E.C. Ferro Carril
(Uruguaiana), Jarau FC (uma equipe nova de Quaraí) e 7 de Setembro F.C.
(Quarai).
1994. Na Série C. (Foto: Anotando Futebol)
1980. (Foto: Anotando Futebol)
1979. (Foto: Anotando Futebol)
1978. (Foto: Anotando Futebol)
1970. (Foto: Anotando Futebol)
1967. Em pé: Doblete - Alcenir Jardim - Crixel - Dutra - Carlinhos e Aurides. Agachados: Medeiro - Polaco - Paulo - Jardim - Adão - Jardim - Preto e Solé. (Foto: Anotando Futebol)
1960. (Foto: Anotando Futebol)
1960. (Foto: Anotando Futebol)
1955. (Foto: Anotando Futebol)
1950. (Foto: Anotando Futebol)
O Quaraí Futebol Clube foi fundado em 19 de junho de 1919, com o nome de Quarahy Foot-Ball Club Cidade, com as cores preta e branca. Atualmente encontra-se na condição de amador inativo.
Títulos conquistados: Campeão Municipal. (1958); Campeão Gaúcho
Amador da Série Ouro. (1958); Campeão Gaúcho Amador, Série Vermelha (1959); Campeão Gaúcho Amador, Série Vermelha (1960); Campeão Gaúcho Amador, Série
Vermelha (1968.
1970.
1965.
Dirigentes: Joao Giuliani – Sargento Elias - Pafiadache – Senhor Oscar Souza
entre outros. Atletas: Raul Abella – Chapeu - Choinha – Sérgio Ximenes - Alvarim e Silvio.
1965. (Foto: Anotando Futebol)
Quarai, 1964. (Foto: Dutra Gentil Borges)
1960. (Foto: Anotando Futebol)
1960.
Lance de um jogo entre Quarai X Serrano, de Bento Gonçalves. (Foto: Anotando
Futebol)
1960. (Foto: Anotando Futebol)
1960. (Foto: Anotando Futebol)
Quarai, tri-campeão da cidade: 1955, 1956 e 1957. (Foto: Anotando Futebol)
1955. (Foto: Anotando Futebol)
1950. (Foto: Anotando Futebol)
Década de 1950. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
SELEÇÃO DE QUARAI
2016. (Foto: Anotando Futebol)
Deco, Amarelo, Sapo e Pinduca. (Foto: Anotando Futebol)
7 DE SETEMBRO, DE BARRA DO QUARAI
7 DE SETEMBRO, DE BARRA DO QUARAI
O
Clube 7 de Setembro da Barra do Quaraí foi fundado em setembro de 1912. Hoje,
conta com um século de história no esporte e na cultura local. É um dos mais
antigos clubes do Rio Grande do Sul.
Desde
1887 se praticava o futebol na Barra do Quaraí, com os trabalhadores do
Frigorífico Saladero, pertencente a Companhia Saladera Barra do Quaraí, empresa
inglesa ali estabelecida desde este mencionado ano.
A
bola era feita de bexiga de boi e rolava nos pátios da fábrica. Com a chegada
dos ingleses, em 1900, para fazer a ponte de ferro, o futebol tomou grande
vigor. Nessa época, nasceram os seguintes times na vila da Barra do Quarai:
Ideal, Farroupilha, Gaúcho, Operário e o 7 de Setembro Foot-Ball Club.
O
7 de Setembro tornou-se o clube social da cidade e sempre carregou centenas de
admiradores. Seus presidentes faziam do clube a sua casa, e sua casa servia de
abrigo familiar para muitos setembristas de coração.
Antigamente o 7 de Setembro era uma grande
estrutura de madeira, cercada por arame. No salão eram usados faróis de
querosene. Em 1961, sob a presidência de Antonio Araci, era usado um trator
ligado a um gerador para fornecer luz elétrica. O responsável pela eletricidade
era Jose Schimidt e o trator era cedido por Nelson Doviggi. No ano de 1965 os
bailes eram iluminados por faróis a gas.
Na década de 60, a luz elétrica na Barra
do Quaraí apenas funcionava das 19h00 às 23h00. Porém, nos dias de baile no 7
de Setembro se pagava combustível para a energia elétrica seguir até às
6h00 da manhã.
As raínhas do clube eram escolghidas através de votos, vendidos de casa em casa. Quem mais vendesse votos era a rainha, a segunda que
mais vendia era a primeira princesa. Nos fundos do clube, em 1968, foi criado
uma cancha de bochas; ao lado, uma pista de danças ao ar livre. (Fonte:
Times do Rio Grande do Sul)
Sessão Solene de apresentação da nova
diretoria do 7 de Setembro eleita em 04 de fevereiro de 2007. O presidente da entidade, Julio Teixeira, apresentou uma nova forma de atuar do clube,
destacando a importância da vida cultural no momento em que uma sociedade
repleta de valores como a de Barra do Quaraí, buscava alternativas. (Foto: Futebol do Rio Grande do Sul)
Ramão
Benites - ficou conhecido como um dos grandes jogadores de futebol da equipe do
clube 7 de Setembro.
Ramão, além de grande jogador era um pedreiro de mão cheia. Mas em dia de futebol,
deixava tudo de lado e se pudesse morava dentro de um campo, pois tamanha era a
sua paixão pela camiseta preta e branca do 7 de Setembro.
Ramão
era casado com a lavadeira Patota, que assim como o marido, era Setembrista,
mas nunca ia ao campo ver os jogos. Gostava mesmo era de lavar roupa para fora.
Ramão jogou no time de 1925 até
1955, sempre como titular
No ano de 1979, já com 70 anos, ela estava na beira do campo fazendo a vez de gandula, ou mostrando jogadas aos
novatos da equipe.
O grande zagueiro mereceu reconhecimentos
de todos os antigos jogadores, como um dos grandes que vestiram a camiseta
preta e branca. E ganhou na parede da vida futebolista, um quadro pintado a
óleo, para ficar eternizado como o zagueirão do 7 de Setembro. (Foto: Futebol do Rio Grande do Sul)
Ramão Benites, o maior ídolo do 7 de Setembro. (Foto: Folha Barrense)
Miguel
Pacifico, abnegado setembrista. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Campo do 7 de Setembro. (Foto: Dutra Gentil Borges)
7 de Setembro, sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
7 de Setembro, sem identificação. (Foto: Times do Rio Grande do Sul)
Um clássico na fronteira: 7 de Setembro contra o Fluminense, de Livramento, onde jogavam Osvaldo Prestes, Nenê, Preto, Ricardo Garay, Arnóbio, Pato
Poeta, Viriato, Carlitos, Eraldino.
E pelo 7 de Setembro: Camargo, Solom Paz,
Paulo Rodriguez, Isodoro, Guilhermino, Ramão, Rocky, Miguens. No centro, as
rainhas dos dois clubes. O campo ficava perto do açude do Saladero. (Foto: Times do Rio Grande do Sul)
7 de Setembro em desfile. Sem o ano. (Foto: Dutra Gentil Borges)
OUTROS TIMES
América 2015. (Foto: Acervo do clube)
OUTROS TIMES
Cruzeiro, de São Roque. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Time dos Bancários, 1950. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Seleção dos Sessentões. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Time do Ginásio. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Time do Ginásio. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
Esporte Clube Random. Sem identificação. (Foto: Dutra Gentil Borges)
3 comentários:
Boa noite, amigo Nilo. Teu blog é fantástico. Sempre uma ótima leitura. Apenas uma consideração: na verdade, a Barra do Quaraí não tem nada a ver com Quaraí, exceto dividirem uma fronteira. A Barra do Quaraí era um antigo distrito de Uruguaiana e, inclusive, não há nem ligação rodoviária direta entre Barra do Quaraí e Quaraí, sendo necessário ir ao Uruguai ou à Uruguaiana para se ir de uma a outra. Grande abraço.
Meu saudoso pai Luiz Carlos (Luizinho do banjo) também fez parte da história do bata .
Pois é. Não lembramos de todos. Assim relembrar e trazer a tona os abnegados nomes que deram vida ao nosso Bataclã, não tem preço
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