quarta-feira, 16 de setembro de 2009

A.A. Caldense "a Veterana"

Resumo histórico

O futebol, introduzido no Brasil no final do século XIX por um grupo de ingleses residentes em São Paulo, chegou a Poços de Caldas em 1904, com a fundação do Foot-ball Club. Consta que um de seus fundadores, Paulino de Souza, naquela ocasião estudante de medicina da capital paulista, havia trazido uma bola de futebol, objeto desconhecido na vila.

Várias outras agremiações nasceriam no princípio do século XX. Mas alguns desses clubes desapareceram em seguida. Caso do Internacional F.C, que encerrou suas atividades no mês de fevereiro de 1925. Alguns remanescentes destas equipes se uniram naquele ano, formando a Associação Atlética Caldense, clube que hoje é o maior centro esportivo da cidade.

No dia 16 de novembro de 1925, alguns jovens esportistas, chefiados por João de Moura Gavião, reuniram-se na Photografia Selecta, sede provisória do time, situada na avenida Francisco Salles, perto do Hotel Lafaiete, para eleger a primeira diretoria, assim constituída:

João de Moura Gavião – presidente, professor Hugo Sarmento - vice-presidente, Romeu Chiacchio - 1º secretário, Cherubim Borelli - 2º secretário, Caetano Pereira – tesoureiro, Flaminio Maurício – procurador, Octávio Mantovani - diretor esportivo. A Comissão de Sindicância era composta por João de Oliveira Carmo, Antônio Ricci Júnior, Domingos Lamberti, Vitor Fortunato e Adolpho Guetti.

Os tempos iniciais foram difíceis, mas a esforçada associação despertou na mocidade um forte entusiasmo pelo futebol, que se tornava a coqueluche do momento. Sua comissão técnica trabalhou com afinco para que as agremiações possuíssem o melhor plantel da cidade.

Após algumas vitórias, em dezembro de 1925 o novo esquadrão enfrentou o Cruz Vermelha, campeão local. Mas, apesar de bem preparado, devido a uma chuva impertinente que caiu antes do jogo, foi derrotado por 3x2.

Esse revés não desanimou os valentes jogadores e, no ano seguinte, vários encontros amistosos com times de cidades vizinhas consagraram a Veterana nos meios esportivos regionais.

Fora criado o time, porém o grêmio social esportivo denominado Associação Atlética Caldense passou a existir após uma reunião realizada no dia 3 de abril de 1926, com a fusão da Caldense e o Gambrinus F.C. A primeira diretoria eleita foi constituída por: capitão Afonso Junqueira - presidente honorário, Fosco Pardini - presidente efetivo, Ulpiano César Mine - vice-presidente, João de Moura Galvão – tesoureiro, Cherubim Borelli - 1º secretário, Lourenço Batiston - 2º secretário, Hugo Sarmento - orador oficial e Arthur Cherchiai - colaborador. Dois dias depois houve uma reunião de trabalho a fim de colocar em prática o funcionamento da associação.

O falecimento prematuro do fundador João de Moura Gavião em 1927 trouxe o luto para a nascente da associação, que passou algum tempo desanimada e com reduzido ardor para a luta. No entanto, aos poucos o conjunto retomou o ritmo, batalhando com amor e energia para a glória do clube.

Durante a gestão do presidente João Porfírio Bueno Brandão, em 1928, a diretoria resolveu comemorar, daí por diante, a fundação da Caldense no dia 7 de setembro, por ser uma importante data cívica e coincidir com o feriado nacional. Esta determinação foi oficializada em 1943, na presidência de João Coelho da Silva.

No início de sua existência, o clube não possuía nem sede social e nem campo próprio. Existia apenas na cidade o campo do Internacional F.C., no atual jardim fonte luminosa, não havendo arquibancada nem gramado. Os torcedores ficavam em pé e os jogadores tinham que se contentar com um campo pelado e negro.

Antes mesmo da fundação do time, os jovens desportistas já tinham escolhido o terreno do “Chalé Procópio” para as atividades futebolísticas dos domingos. A partir de 1926, a Caldense começou a dar os primeiros passos para conseguir a área do coronel Christiano Osório de Oliveira, que naquela ocasião era um enorme brejo, onde a meninada ia caçar rãs.

Em 1929 uma comissão chefiada pelo prefeito Carlos Pinheiros foi a São João da Boa Vista pedir ao coronel Osório a cessão do imóvel.

O terreno, cedido a título precário, foi drenado e cercado de madeira. A partir dos anos 30, foi composta uma arquibancada rústica. Em 1947, a diretoria do presidente José Anacleto Pereira conseguiu da família de Christiano Osório um comando de uso, com o prazo de 20 anos, para as instalações do clube.

As diversas diretorias que se sucederam muito fizeram para o progresso e glória da agremiação, melhorando e iluminando o campo de futebol e iniciando a construção da quadra coberta, permitindo assim a realização de partidas noturnas e o desenvolvimento do esporte especializado.

A sede inicial e provisória do time da Caldense foi a Photographia Selecta, em 1925. Em seguida vários outros endereços: Palacete Cobra, na praça Pedro Sanches, antigo Cassino Gibimba, de 1938 a 1942, no Polietema, na avenida Francisco Salles até 1959, edifício Imperial até 1962 e, finalmente, em 1962 junto ao estádio Christiano Osório, a partir de dezembro de 1962, na gestão do presidente Antônio Megale. A sede social foi obtida no mesmo ano, com a doação oficial da família Osório. Com a posse do imóvel, vários melhoramentos foram realizados pelas diretorias subseqüentes, como a construção da piscina.

Entre 1960 e 1961 o futebol da Veterana ficou famoso nos meios esportistas pela campanha das 57 partidas invictas, o que proporcionou uma onda de entusiasmo entre associados e moradores de Poços de Caldas.

Durante a presidência do Dr. Antonio Megale, em 1962, a Caldense se tornou proprietária do terreno que compreendia o campo de futebol e as demais dependências esportivas, devido à doação definitiva feita por Cristiano Osório de Oliveira Filho, grande desportista e amigo de Poços de Caldas. Essa transação foi realizada graças ao empenho do prefeito David Benedicto Ottoni que, com a aprovação da Câmara Municipal, se comprometeu em troca a proceder o arruamento da chácara Osório pela prefeitura.

Com a posse do imóvel, vários melhoramentos puderam ser executados pelas diretorias subseqüentes, como a construção das piscinas, da sede social, dos ginásios, saunas, etc.

Lutando em seu próprio estádio, que foi durante muitas décadas o palco de memoráveis vitórias do Verdão, e após a edificação das quadras cobertas que possibilitaram a realização dos saudosos Jogos Abertos, a Caldense pôde se destacar nos meios esportivos, tornando-se orgulho dos poços-caldenses de nascimento e de coração.

Com a inauguração do Estádio Municipal Ronaldo Junqueira, em 1979, o campo da Associação Atlética Caldense foi desativado e em seu lugar foram construídas duas quadras de tênis, de peteca, um parque infantil, assim como uma nova piscina para atender o número de associados que a cada ano crescia.

No final da década de 1980, o clube adquiriu, na saída da cidade, uma área de treinamento do futebol profissional, denominada Ninho dos Periquitos. Na década de 1990, foi implantada a biblioteca Oscar Nassif, houve a ampliação da área de lazer com os quiosques construídos e a inauguração da piscina aquecida.

Em 2002, a Caldense conseguiu o maior título de sua historia, conquistando o Campeonato Mineiro. Apesar de uma campanha brilhante e difícil, a equipe verde e branca mostrou toda a capacidade ao lotar o estádio Ronaldão e derrotar o Nacional, levando o nome de Poços de Caldas ao futebol do Estado.

Na gestão do atual presidente, o futebol passou a ser incorporado o ano todo, sendo um sonho realizado pelos torcedores da Veterana. Na sede social aconteceram melhorias, com aquisição de aparelhos de musculação, reformas dos vestiários e, recentemente, com a nova grama do campo de futebol society.

O periquito sempre foi o mascote da Associação Atlética Caldense. No final de 2007, o clube resolveu lançar uma campanha para escolher o nome do simpático mascote.

Durante mais de 40 dias de promoção, 47.695 votos foram computados através de cupons e pela internet. Com 15.662 votos, Periquitão foi eleito o nome do mascote. Em segundo lugar ficou Verdão, que somou 14.218 votos. Veterano terminou na terceira colocação com 12.243 e Campeão foi o quarto lugar com 5.572. Entre os torcedores que votaram no nome Periquitão foi sorteado uma moto 0 km.

Equipe de futebol profissional da Caldense no retorno a primeira divisão do Campeonato Mineiro, em 1986.
Time da Caldense na inauguração do estádio Ronaldo Junqueira (Ronaldão), em setembro de 1979. Em pé: Demilton Vacarelli - Harley de Barros - Paulo César Alencar - Santana - Orlando - Ilair, Olimar, Jânio, Paulo Roberto, Walter, Amilton Vacarelli, Lourenço Ferreira - Neto - José Francisco (técnico). Agachados: gandula Anderson - massagista Ronaldo - Luiz Antônio - Armando - Baiano - Natal - Paulo César - Índio - Basílio e massagista Bolinha



Campeonato Brasileiro , outubro 1979. Capitães Paulo Roberto (Caldense) e Falcão (Internacional de Porto Alegre).
Time da Caldense no estádio Cristiano Osório, em 1978. João Regina - Gilberto Voador - Camilo - Paulo Roberto - Jânio - Orlando - massagista Ronaldo - Augusto - Emílio - Fabinho - Alves e Márcio.
Time da Caldense em setembro de 1971. Em pé: Miguel Zanetti - Nuno - Nogueira - Canhoto e Neto. Agachados: Paulinho - Osmar - Lelo - Ezio e Ganzepe.
Comemoração do Aniversário da Associação Atlética Caldense, em 7 de setembro de 1969. Da esquerda para a direita: Os repórteres Cid Chacon e José Carlos Garutti Salles, Jofre José Ferreira Santos (representando a Câmara Municipal), sua esposa Maria Aparecida Vacarelli Santos e Antônio Megale (presidente do clube). Na mesa: Benigno Gaiga e esposa.
A Campanha das 57 partidas invictas, em 1960. Em 24 de julho de 1960 a Caldense derrotou a Ferroviária de Araraquara (1x0), gol de Eurípedes. Da esquerda para a direita: Décio Alves de Morais - Miguel - Cuca - Zoe - Fubá - Lory - Dusca - Belmiro Fanelli (Gazeta Esportiva) e Walter Pereira. Agachados: Vacarelli - Alfredinho - Marquinhos Pedrinho e Eurípedes.
Palmeiras x Caldense, em 1958.
Registro do pontapé inicial do jogo dado pelo governador de São Paulo, Ademar de Barros, acompanhado por Tino (capitão da Caldense) e Waldemar Fiume (capitão do Palmeiras). Ao fundo (lado direito), Oscar Nassif e o filho Luiz Nassif.
Início da construção do Ginásio Ronaldo Junqueira, em 1957.
Posse de Alfredo Santa Maria como presidente do clube, em janeiro de 1953. Discursando, ao centro, Fosco Pardini. Presença de conselheiros, diretores e sócios. Antiga sede situada à avenida Francisco Salles, 281.
Chegada da grama do “Estádio Chalé Procópio”, em 1949. Na foto: Antolin Rodrigues, Varella, Domingos Lamberti, Décio Alves de Morais e funcionários da prefeitura.
Reunião da Diretoria e Conselho da Associação Atlética Caldense em 1949, presidida pelo prefeito Miguel Carvalho Dias (com o microfone). À direita: Caio Affonso Junqueira, Aloíso Lobato, Sebastião Pinheiro Chagas, Willian Macedo Martins, Décio Alves de Morais, Alvino Hosken de Oliveira, José Carlos Magalhães, José Anacleto Pereira, Ademar de Souza e Silva, David Paiva Cortês, Walter Carvalho, Chafic Frayha. Em pé: Darci Domenico, Alexandre Xandó, Manoel Gonçalves, não identificado, Renato Santos, Horácio de Paiva, Orfeu, não identificado, Alfredo Lopes, Luiz Souza Moreira, Luiz Duarte, Nicanor Castilho e Sebastião Menelau.
Despedida de Mauro Ramos de Oliveira da Caldense, em 1948. Mauro Ramos de Oliveira juntamente com Júlio Teixeira de Andrade e torcedores deixam o estádio Cel. Cristiano Osório.
Caldense de Mauro Ramos de Oliveira, na década de 1940. Em pé: Esaú - Tino - Amado - Orfeu - Paulo Ferreira - Tião Vacarelli - Julio Teixeira e Pedro Ponce. Agachados: Chavéco - Sila - Maran - Jordão - Mauro Ramos de Oliveira - Tatinho - Saraiva e Hermenegildo.
Posse do 1º Conselho Deliberativo da Associação Atlética Caldense em 29 de outubro de 1943.
Arquibancada do Estádio Cristiano Osório em dia de jogo da Caldense. Década de 40.
O ídolo Arthur Friendereich apitou o jogo entre Caldense e Pernambuco, em 1942, em Poços de Caldas. Na foto: Venício Bertozzi, José Anacleto Pereira, Friendereich, Tenente João Coelho, Oscar Nassif, Sargento Rafael Zarour, Décio Alves de Morais, jornalista e diretores do Pernambuco de Belo Horizonte.
1941. Francisco Consolo, técnico - Júlio Teixeira - Maran - Tatão - Hélio Abreu -Jaime - Lolo - Vitor Cheberle - Hélio Gaiga - Tião Vacarelli - Canjerê e Alemãozinho.
1929. Salles, bandeira - Caetano Lamberti - Atílio Vince - Vitute - não identificado - Luiz Veronesi - Eusébio - Armando - Vince - José - Walter - Moretti e Otávio Mantovani.
1929. Em pé: Danfero Cherchiai,massagista - Cássio Amarante - Cavini - Euzébio - Bernardo - Tatão - José - Mário Xandó e Mário Pavesi. Agachados: Tatu - Egidio - Careca - Caetano e Scassioti.
1928. Renato Santos - Antenor Prezzia - Arthur Messias- Bernardo - Otávio Mantovani - Salvador - Luizinho - Tatão - Caetano Lamberti - Careca - João Gomes - Tatu - Augusto Scassioti - Domingos Lamberti - Novelino Prezzia e João Porphiro Brandão Júnior. Sentado: José Berloffa.