Há
mais de duas décadas, a cidade de Cidreira, no Litoral Norte gaúcho, tenta
encontrar uma solução para o que se tornou um elefante branco no município: o
Estádio Municipal Antônio Sessim, o “Sessinzão”, inaugurado em 1996.
Desde
a vitória do Internacional sobre o Ypiranga de Erechim por 1 X 0 na
inauguração, o gigante de concreto entre as dunas da praia ficou maior parte do
tempo abandonado e sem manutenção, o que causou danos a estrutura. A nova
administração da prefeitura busca agora encontrar uma alternativa para
recuperação.
O
recém-empossado prefeito da cidade Alexsandro Contini afirmou que tem como meta
devolver o estádio à comunidade. A primeira medida vai ser uma pequena obra na
entrada do estádio, que mesmo fora de uso para grandes jogos há quase 10 anos
ainda gera curiosidade de visitantes.
A
tarefa de recuperação, porém, será complexa. O “Sessinzão” até passou por uma
reforma em 2007, quando recebeu jogos da dupla Gre-Nal no Gauchão. Na época, a
prefeitura e parceiros gastaram mais de R$ 600 mil para deixar o estádio em
condições de receber as partidas. Só que o projeto não teve seguimento no ano
seguinte. Sem grandes atrações, novamente foi deixado de lado.
Os
anos sem manutenção geraram vários danos às estruturas do estádio, que está
interditado para jogos oficiais desde 2011. Uma parte da arquibancada ruiu e
desabou. No outro lado, a situação é menos grave, ainda assim longe de
condições para receber um jogo. A prefeitura calcula que uma reforma pode
custar de 2 a 5 milhões de reais – algo inviável para os cofres municipais.
O
prefeito Alexsandro Contini garantiu que
não pensa em demolir o estádio. Um dos engenheiros responsáveis pela construção
do estádio de Cidreira, Renato Trevisan lembrou que o projeto idealizado pelo
então prefeito Eloi Braz Sessim era ambicioso. Sessim, entretanto, teve o
mandato cassado antes da inauguração. O nome do estádio foi uma homenagem do
ex-prefeito ao pai.
Sem
receber partidas profissionais há quase uma década, o estádio é atualmente
palco apenas de partidas do futebol de várzea da região. Equipes locais e de
municípios próximos utilizam o campo nos finais de semana ao longo do ano. O
gramado está em bom estado.
Um
funcionário da prefeitura conhecido como “Tio Ivo” é o responsável por cuidar
do gramado. Há 11 anos, ele trabalha no local. De segunda a sexta ele vai ao
estádio, molha e corta a grama e pinto as marcações. Aos finais de semana
acompanha os jogos. Garante que a sua vida é estar no estádio. E sonha em ver o
estádio novamente sendo usado para jogos profissionais.
O
“Sessinzão” foi inaugurado em 2 de fevereiro de 1996 com o jogo Internacional 1
X 0 Ypiranga, pela primeira rodada do Gauchão. O primeiro gol do estádio foi
marcado pelo volante Anderson;
Ainda
em fevereiro de 1996, o estádio recebeu a “Copa Renner”, vencida pelo Grêmio.
Participaram do torneio o Sport Recife (vice-campeão), o Nacional (Uruguai), e
o Cerro Porteño (Paraguai). Após uma reforma, o estádio recebeu oito jogos da
dupla Gre-Nal no “Gauchão” de 2007;
O
estádio quando foi inaugurado. (Foto: Divulgação)
“Tio
Ivo”, o zelador, sentado a frente do estádio.
Tem
lixo por toda a parte.
O
retrato da desolação.
A
vegetação alta está por toda a parte.
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