Diferente
de muitas equipes que originaram-se de dissidências de outras, o Itabaiana
formou-se de uma junção entre duas agremiações amadoras da cidade: o Brasil
Football Club e o Balípodo Club Santa Cruz.
O objetivo da fusão era manter uma
frequência de atividades esportivas, já que estes dois clubes apareciam e
desapareciam constantemente e não tinham um calendário fixo.
Então, os
desportistas itabaianenses entenderam que deveria ser formado um time mais
consistente, mais participativo e com maior regularidade esportiva.
Desta
forma, no dia 10 de julho de 1938 foi fundado um novo time de futebol em
Itabaiana, em cujo batismo inicial recebeu o nome de Botafogo Sport Club, que durou apenas três meses, pois o mesmo não adquiriu a simpatia de todos os
integrantes.
Assim no dia 6 de outubro de 1938, numa reunião de iniciativa do senhor Irineu Pereira de Andrade, o time serrano passou a se chamar Itabaiana
Sport Club. A mudança definitiva para Associação Olímpica de Itabaiana ocorreu
em 1950.
A
escolha das cores do clube não foi difícil. Como o Santa Cruz tinha as cores
azul e branco e o Brasil as cores vermelho e branco, a homenagem foi prestada
aos precursores e o Itabaiana viraria o tricolor serrano, nas cores azul,
vermelho e branco.
A
Primeira Partida
A
primeira partida do novo time itabaianense aconteceu em 14 de agosto de 1938.
Ainda com o nome de Botafogo Sport Club. O time serrano enfrentou o Guttemberg
Football Club, da cidade de Aracaju. E o "Sergipe", jornal, da capital anunciava:
"Na
própria cidade de Itabaiana, encontrar-se-ão amanhã em partida amistosa, os
fortes esquadrões do Guttemberg F.C desta capital e o Botafogo S.C daquela
cidade.
Ambos os quadros estão devidamente treinados prometendo deste modo um
embate cheio de lances emocionantes, realizando em Itabaiana amanhã uma das
suas maiores tardes esportivas".
O
jogo foi recheado de controvérsias e o"Sergipe", jornal de 17 de agosto, numa
matéria inteiramente parcial polemizou:
"Sob
a arbitragem de um juiz inconsciente, os rapazes do Guttemberg F.C. perderam
para o Botafogo S.C da cidade de Itabaiana, pelo apertado score de 2 X 1. (...)
Decorridos alguns minutos de jogo, coube a abertura do score aos locais, não
desanimando os visitantes que o tempo todo investiram, (...). Em uma das vezes,
apossando-se "Teleco" da bola, escapou, e a grande distância, em um forte pelotaço
vazou as redes dos locais, mas o juiz, que desde o início da peleja procurava
prejudicar todas as jogadas dos rapazes do "Guttemberg" anulou inescrupulosamente o tento feito, sem aceitar o menor protesto do time
prejudicado.
Minutos depois, ainda "Teleco" apossando-se da pelota (...),
descobrindo em frente ao goal dos locais, mandou um forte tiro, conseguindo
deste modo empatar a partida (...).
Já ao término da peleja, chocaram-se três
jogadores, inclusive dois locais próximo à área penal dos visitantes, e o juiz,
desconhecedor das regras do football, (...), ao em vez de marcar bola ao ar,
marcou uma penalidade contra os "guttemberguenses", que batido, resultou em goal
para eles, terminando a partida minutos depois com o score de 2 X 1, favorável
ao time local"
Dos
Primeiros Títulos à Atualidade
O
primeiro título, a "Zona Centro", de Sergipe, veio em 1959, ainda como clube
amador. Em 1960, o profissionalismo chegou ao futebol sergipano. O primeiro
título de Campeão Sergipano de profissionais veio no ano de 1969 no antigo "Estádio Etelvino Mendonça".
Esse momento da história do time foi de fundamental
importância, por ter provocado uma "febre" de auto-estima e orgulho
nos itabaianenses, marcando para sempre o inicio de uma paixão entre clube e
torcida.
O
segundo título estadual foi conquistado no ano de 1973, em pleno "Estádio
Lourival Batista", na capital. Mas foi entre o final da década de 70 e inicio da
década de 80 (78, 79, 80, 81 e 82) que o Itabaiana consolidou a sua hegemonia
no futebol do Estado, conquistando um inédito pentacampeonato, tendo como
responsável direto por tal feito histórico o senhor José Queiroz da Costa, eterno
patrono da equipe, que não mediu esforços para obter tais conquistas.
Um jejum
de 15 anos ocorreu até o próximo título em 1997, quando o Itabaiana derrotou o
Confiança, mais uma vez no "Batistão". Em casa, no "Estádio Presidente Médici",
mais um título de campeão sergipano foi conquistado em 2005. Recentemente, em
2012, em campanha histórica, o "Tricolor" conquistou o seu 10º título estadual.
Vale
destacar, ainda, a conquista do "Nordestão" de 1971, título ainda não reconhecido
pela CBF, mas registrado nos anais da história através de diversos jornais e do
Boletim Oficial da antiga "Confederação Brasileira de Desportos" (CBD).
Estádio
O "Estádio Estadual Presidente Médici", com capacidade de 11 mil pessoas é onde o
Itabaiana manda seus jogos. O nome foi sugestão do então governador de Sergipe,
Lourival Baptista, como modo de agradar o então Presidente da República, o
militar Emílio Garrastazu Médici.
O estádio foi inaugurado em 7 de março de
1971 num jogo do "Tricolor Serrano", contra o Grêmio, de Porto Alegre.
No
dia da inauguração, naquela tarde festiva do dia 7 de março de 1971, a Olímpica
de Itabaiana recebeu a visita da equipe do Grêmio de Porto Alegre. Foi uma
tarde inesquecível e uma partida de futebol da melhor qualidade, apesar de o
público ter voltado para casa sem ver gols, 0 X 0 foi o resultado final.
Mesmo com a equipe do Grêmio contando com a presença do tricampeão mundial, o
lateral-esquerdo Everaldo, que travou um acirrado duelo com o veloz e
habilidoso ponta-direita serrano Edmílson Santos. Este não deu vida fácil ao
famoso lateral. Estes foram os protagonistas da festa:
ITABAIANA:
Marcelo - Augusto - Humberto - Elísio e Messias. Gustinho - Bené e Zequinha. Edmilson - Horácio e Tatica. Técnico:
Alberto Menezes.
Grêmio:
Jair - Domingos (Espinosa) - Di - Beto e Everaldo. Jadir (Júlio Amaral - Ivo) - Gaspar e Caio. Flecha - Alcindo (Paraguaio) e Loivo. Técnico:
Otto Glória.
Fotos: Acervo fotográfico do clube
Fotos: Acervo fotográfico do clube
2018.
2017.
1980.
1973.
1971. Itabaiana bateu o Internacional em pleno Beira Rio, pela "Copa Ouro".
1971. Campeão do Nordeste.
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