"BALAS FUTEBOL", COM O CORINTHIANS NOS ANOS 50
by
historiasdopari
Falávamos
em edições anteriores das “Balas Futebol”, de grande aceitação no bairro. Pois
bem, na década de 50 , o Corinthians tinha um verdadeiro esquadrão, vejam no álbum
de figurinhas do citado artigo.
VETERANOS 1990
historiasdopari
Na
foto cedida pelo Wilson Pirolito , tirada no campo do Vigor , vemos os
veteranos do
E. C. Flamengo do Pari. E entre outros destacamos: Tito Noronha, Formiga, Carecão,
irmão do Jura, Albeja, Pelegrini, Jura e o próprio Pirola. A
maioria desses jogadores no passado foram craques de bola.
INFANTIL DO ALIANÇA - 1952
R O S E I R A, O DONO DA ÁREA!!!
“Roseira”
é também o nome de um rapaz do bairro. Sim, nome, porque ninguém sabe o seu
verdadeiro nome civil e de tanto o chamarem por esse apelido, praticamente o
rapaz incorporou o cognome. Quando pré-adolescente tinha acnes no rosto e como
a molecada não perdoa nada, nasceu o “Roseira”.
Rapaz
esforçado, honesto, trabalhador, um verdadeiro cara família, como diz a linguagem
popular. Aliado a essas virtudes é um emérito contador de histórias. Eu,
ouvinte de casos como sabem os leitores deste nosso blog, quando encontro com
ele as ouço com a máxima atenção. E com
a licença do nosso contador de hoje, irei contá-las aos poucos.
Pena,
que devido ao corre-corre desta São Paulo maluca, poucas vezes batemos papo. Porém
quando conversamos são horas a fio , principalmente ouvindo as suas narrativas.
“Roseira”
conta que ele é o maior goleador do C. A. Flor do Brás de toda a longa história
do negro esmeraldino. Os demais presentes nos bate-papos, principalmente os
mais idosos, lembram dele jogando no Flor. Alto, esguio, bola na área era com
ele mesmo, era só centrar e correr para o abraço.
Porém,
um dia aconteceu algo estranho, encontrou com um rapaz que há muito não via, o Luvanor,
acompanhado de um colega de trabalho. Após as apresentações de praxe, Luvanor falava
para o seu amigo das virtudes do “Roseira”, não só pessoais, como de dançarino
nos bailes do Silva Telles, Casa do Minho, etc.
Depois
começou a falar sobre o craque que o nosso herói de hoje havia sido, craque disciplinado
, pontual, não arranjava brigas, mas também não fugia do pau. O “Roseira” foi
inchando, inchando , parecia mais um ramalhete e não uma simples roseira.
Lembra
daquele jogo contra o time tal e aquele outro lá em Lausane Paulista e aquele
na Vila Maria? Incrível, o Luvanor, não deixava o herói falar, ele só balançava
a cabeça que sim.
Porém,
ai porém, numa altura da conversa, Luvanor disparou, lembra daquele pênalti que
você defendeu no Festival do Estrela? Pronto, o “Roseira” murchou, ele não era
e nunca foi goleiro e sim centroavante, goleador, o maior da história do Flor
do Brás.
“Roseira”
baixou a cabeça, pediu licença pois tinha um compromisso e foi embora, pensando
consigo mesmo, o Luvanor me confundiu com outra pessoa e se sentiu o maior dos
injustiçados da várzea pariense.
Logo
ele, que havia feito gols memoráveis, que deram títulos e taças aos times que
envergou a camisa, principalmente o Flor, o Casemiro de Abreu e o Corinthinha
do Brás.
Gols
de peixinho, de bicicleta, de voleio, faltas no ângulo, lá onde a coruja faz o
ninho, gols de calcanhar, até de bico. Tudo isso não reconhecido pelo Luvanor
que o confundiu com o seu maior adversário, o goleiro, aquele que nada
constrói, só estraga prazeres, o anti climax, poxa!
Logo
o Luvanor, um cabeça de bagre, grosso, ruim de bola, que só jogou naquele time
lá da várzea do Canindé, porque a irmã dele era noiva do dono do time.
“Roseira”,
não tem problema, todos que o viram ou que escutaram falar, sabem do seu valor
e jamais o confundirão com um simples goleiro, porque sabem que ele era o
gigante da área, o matador. E isso é o que interessa, o reconhecimento de nós,
torcedores, jogadores, sejamos aliados ou adversários.
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