quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Histórias do Pari IX

"BALAS FUTEBOL", COM O CORINTHIANS NOS ANOS 50

by historiasdopari

Falávamos em edições anteriores das “Balas Futebol”, de grande aceitação no bairro. Pois bem, na década de 50 , o Corinthians tinha um verdadeiro esquadrão, vejam no álbum de figurinhas do citado artigo.


DRAGÃO DO PARI F.S.

Foto da década de 60, na quadra da Força Pública que havia na João Teodoro com Tiradentes. Em pé: Josir  - Fernando e Cá. Agachados: Nelsinho Maia - Gilson e Olavinho. Um timaço! (Foto: Arquivo da Família Ramos)

VETERANOS 1990
historiasdopari

Na foto cedida pelo Wilson Pirolito , tirada no campo do Vigor , vemos os veteranos do E. C. Flamengo do Pari. E entre outros destacamos: Tito Noronha, Formiga, Carecão, irmão do Jura, Albeja, Pelegrini, Jura e o próprio Pirola. A maioria desses jogadores no passado foram craques de bola.

INFANTIL DO ALIANÇA - 1952

1952 - Mingo, Porcel, Mário TV e Nardão, em foto do Arquivo do Domingos Curci Sobrinho.

R O S E I R A, O DONO DA ÁREA!!!

“Roseira” é também o nome de um rapaz do bairro. Sim, nome, porque ninguém sabe o seu verdadeiro nome civil e de tanto o chamarem por esse apelido, praticamente o rapaz incorporou o cognome. Quando pré-adolescente tinha acnes no rosto e como a molecada não perdoa nada, nasceu o “Roseira”.

Rapaz esforçado, honesto, trabalhador, um verdadeiro cara família, como diz a linguagem popular. Aliado a essas virtudes é um emérito contador de histórias. Eu, ouvinte de casos como sabem os leitores deste nosso blog, quando encontro com ele as ouço com a máxima  atenção. E com a licença do nosso contador de hoje, irei contá-las aos poucos.

Pena, que devido ao corre-corre desta São Paulo maluca, poucas vezes batemos papo. Porém quando conversamos são horas a fio , principalmente ouvindo as suas narrativas.

“Roseira” conta que ele é o maior goleador do C. A. Flor do Brás de toda a longa história do negro esmeraldino. Os demais presentes nos bate-papos, principalmente os mais idosos, lembram dele jogando no Flor. Alto, esguio, bola na área era com ele mesmo, era só centrar e correr para o abraço.

Porém, um dia aconteceu algo estranho, encontrou com um rapaz que há muito não via, o Luvanor, acompanhado de um colega de trabalho. Após as apresentações de praxe, Luvanor falava para o seu amigo das virtudes do “Roseira”, não só pessoais, como de dançarino nos bailes do Silva Telles, Casa do Minho, etc.

Depois começou a falar sobre o craque que o nosso herói de hoje havia sido, craque disciplinado , pontual, não arranjava brigas, mas também não fugia do pau. O “Roseira” foi inchando, inchando , parecia mais um ramalhete e não uma simples roseira.

Lembra daquele jogo contra o time tal e aquele outro lá em Lausane Paulista e aquele na Vila Maria? Incrível, o Luvanor, não deixava o herói falar, ele só balançava a cabeça que sim.

Porém, ai porém, numa altura da conversa, Luvanor disparou, lembra daquele pênalti que você defendeu no Festival do Estrela? Pronto, o “Roseira” murchou, ele não era e nunca foi goleiro e sim centroavante, goleador, o maior da história do Flor do Brás.

“Roseira” baixou a cabeça, pediu licença pois tinha um compromisso e foi embora, pensando consigo mesmo, o Luvanor me confundiu com outra pessoa e se sentiu o maior dos injustiçados da várzea pariense.

Logo ele, que havia feito gols memoráveis, que deram títulos e taças aos times que envergou a camisa, principalmente o Flor, o Casemiro de Abreu e o Corinthinha do Brás.

Gols de peixinho, de bicicleta, de voleio, faltas no ângulo, lá onde a coruja faz o ninho, gols de calcanhar, até de bico. Tudo isso não reconhecido pelo Luvanor que o confundiu com o seu maior adversário, o goleiro, aquele que nada constrói, só estraga prazeres, o anti climax, poxa!

Logo o Luvanor, um cabeça de bagre, grosso, ruim de bola, que só jogou naquele time lá da várzea do Canindé, porque a irmã dele era noiva do dono do time.

“Roseira”, não tem problema, todos que o viram ou que escutaram falar, sabem do seu valor e jamais o confundirão com um simples goleiro, porque sabem que ele era o gigante da área, o matador. E isso é o que interessa, o reconhecimento de nós, torcedores, jogadores, sejamos aliados ou adversários.

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