O
inicio de tudo
Por
Antonio Carlos N. Oliveira
Além
dos tradicionais clubes que se apresentavam em torneios e campeonatos
futebolísticos de São João da Boa Vista, no início dos anos 1920, quem mais se
destacava era a Sociedade Esportiva Sanjoanense, por ter herdado quase todo o
elenco vencedor da Associação Atlética São João e possuir um local para mandar
seus jogos.
Porém,
os praticantes do esporte que residiam nas imediações do Largo das Palmeiras –
atual Praça Cel. José Pires de Aguiar – sentindo uma certa marginalização e não
visualizando oportunidade para ingressar no “quadro” da Esportiva, reuniram-se
para oficializar a fundação de um novo clube na cidade.
Famílias
abastadas moravam nas imediações do bairro, como os Cabrais, Batista, Nicolau,
Molinari, Cecílio, Conrado, Rosa, Maríngolo, Anfe, Abdal, Martarello, Cassiano,
Garcia, Giovanetti, Pomeranzi, Turato, Backstron, Zucarelo, Mendes, Arrigucci,
Carbonara, Mourão, Ferrari, Brás, Torres, Greco, Sibim, Jacob e Fanelli,
somente para citar algumas mais conhecidas.
No
dia 12 de janeiro de 1924, na residência do capitão Manoel João Batista,
situada no Largo das Palmeiras, reuniram-se os desportistas Santos Lanzac Toha,
José Ferreira Abdal, Gustavo Backstrom, Antonio Batista, Romano Turato, Manoel
Garcia, João Cecílio, Atílio Rubbo, Guilherme Stêfane, Francisco Neves, João
Christiano Luhmann, Manoel dos Santos Cecílio, Napoleão Conrado, Nero Pomeranzi
e Antonio Martins, com o principal objetivo de tratar da fundação de uma
sociedade esportiva e recreativa.
Nascia
ali o Palmeiras Futebol Clube, que, conforme o estabelecido na reunião,
cultivaria a preferência pelo futebol amador, além da participação de festas
esportivas e proporcionar a seus futuros associados divertimentos recreativos
em sua sede social, logo que esta fosse organizada. Como cores do uniforme do
clube, ficou definido pelo preto e branco.
Foi
então adquirido um terreno na Vila Manoel Cecílio, imediações da linha férrea e
do Rio Jaguari, para a construção do campo de futebol. Ali, nas décadas de 30 e
40, o Palmeiras foi realizando suas partidas de futebol que, aos domingos, era
ponto de encontro obrigatório dos aficionados do alvinegro.
Com
o fortalecimento e consolidação do Palmeiras no cenário futebolístico
sanjoanense, jogadores dos mais categorizados da cidade e região se
interessaram em defender o clube, que passou a montar times inesquecíveis,
especialmente a partir da década de 50.
Nesta seqüência de registros
fotográficos, vamos contar uma parte da maravilhosa história e conquistas do Palmeiras
Futebol Clube, que se tornou uma das mais tradicionais e conhecidas agremiações
do interior paulista.
Desde
1998 que o clube está licenciado do futebol profissional. Realiza apenas
torneios internos amadores. Atualmente dedica-se a outras atividades esportivas,
com destaque para o basquete e dá ênfase a acontecimentos sociais em sua glamourosa
sede.
A
equipe alvi-negra de São João da Boa Vista foi fundada em homenagem à
Associação Atlética das Palmeiras, da capital paulista, na qual se inspirou nas
cores do escudo e do uniforme. Teve 30 participações no Campeonato Paulista de
Futebol.
Participações
em estaduais
Segunda
Divisão, atual A2. (1967 - 1971 - 1973 - 1975 - 1976 - 1980 - 1981 - 1982 -
1983 - 1984 - 1985 - 1986 - 1987 - 1988 - 1989 - 1991 - 1992 e 1993. Terceira
Divisão, atual A-3. (1956 - 1962 - 1963 - 1964 - 1965 - 1966 - 1977 - 1978 e
1979. Quarta Divisão, atual Série B. (1994 e 1995. Quinta Divisão, atualmente
extinta. (1998)
Convite do clube para o Carnaval 2014.
Não
há visitante que não fique admirado com a beleza do palacete, situado na
Avenida Dona Gertrudes, hoje sede do Palmeiras. O que encontrei, consultando
jornais, revistas de épocas passadas e o que escreveram nossos historiadores,
salvo alguns reparos, é o seguinte:
o
Coronel João Osório de Andrade Oliveira era o proprietário do palacete, hoje
sede social do Palmeiras Futebol Clube, que ficava, em sua origem, em meio a
uma esplêndida chácara.
Com
a “quebra” da casa bancária do Coronel João Osório, os seus bens foram
arrecadados e, entre eles, a chácara e o palacete. O liquidante da massa falida
foi o Dr. Vicente de Carvalho, conhecido poeta parnasiano de Santos.
O
desmembramento do terreno e a venda desse invejável patrimônio foram entregues
à firma de Ruy Fogaça, de São Paulo, sendo seu representante local e conhecedor
das transações, em cartório, o Dr. Emílio Lansac Toha.
A
chácara foi retalhada em lotes e o palacete foi vendido ao senhor Manuel
Rodrigues, que era conhecido, na cidade, como o grande “picador” de fazendas.
Nesta época, a avenida Dona Gertrudes era de terra vermelha batida e poeirenta.
Algumas
lojas de comércio nela se instalaram: a “Casa dos dois mil reis”, de
propriedade de Michel Antakli, a Casa Ipiranga, O “Bom Gosto;” a Casa
Maríngoli; a relojoaria do Dátoli, dentre outras.
Bem
antes de ser a morada do Coronel João Osório, a história faz referências aos
primeiros proprietários sucessores do imponente “chalé,” sendo eles: o Dr.
Artur de Castro, que o vendeu a Conrado Marcondes de Albuquerque. Este último
era um cidadão, vindo da cidade de Amparo e, entre as propriedades adquiridas
aqui, estava o prédio da Avenida Dona Gertrudes.
O
último proprietário do imóvel, antes de ser adquirido pelo Palmeiras Futebol
Clube, foi o capitão Vitor Manoel de Andrade Dias, que o deixou para seus
herdeiros. Após anos fechado e no abandono, o prédio foi adquirido pelo
Palmeiras, graças ao presidente do clube, João Batista Bernardes e de seus
companheiros de diretoria.
O
Palmeiras Futebol Clube necessitava de uma sede social, pois a antiga
(Sociedade Italiana- Gama) era alugada e acanhada e sem possibilidades de
ampliações. O progresso do clube não podia esperar mais e, assim, a diretoria
se interessou pela compra do imóvel da avenida Dona Gertrudes, que estava à
venda por Cr$ 6.000.000,00 (seis milhões de cruzeiros).
Liderados
por “João Lúcio”, a compra foi possível, graças a um empréstimo financeiro,
junto à Caixa Econômica Estadual. Esta entidade financeira tinha em sua
presidência um ilustre sanjoanense, Dr. Teófilo Ribeiro de Andrade Filho, que
apadrinhou o solicitado pelo Palmeiras.
Também
foi planejado um sistema de venda de quotas. Foram emitidas 250 (duzentas e
cinqüenta) quotas, no valor de Cr$ 60.000,00 (sessenta mil cruzeiros) cada uma.
Logo colocadas à venda, foram em um mês de pronto esgotadas, tal era a
confiança da população junto à Diretoria do Palmeiras.
Muitas
reformas e adaptações foram realizadas, procurando não descaracterizar o estilo
arquitetônico do prédio e uma quadra para esportes foi construída, nos fundos
da sede, para uso múltiplo, como até hoje vem acontecendo. É o Ginásio “João
Mattos Tavares”.
Em
1961 e 1962, mesmo com as obras em conclusão, ali foram realizados os bailes
“de passagem de ano,” com sucesso espetacular! Esta dependência, acrescida ao
prédio, passou a abrigar as festas de carnaval (1962) e as juninas, cujas
bilheterias arrecadaram uma soma, que superou as expectativas dos organizadores.
Isto ajudou a parte financeira do clube. E a sede foi concluída!
Desde
modo, o Palmeiras Futebol Clube, que já possuía seu estádio próprio para o
futebol, passou a ter sua sede social, bem no coração da cidade e é uma das
mais lindas que um clube do interior paulista pode ter!
Hoje,
com a anexação do patrimônio “Maríngolo,”o Palmeiras entrou na modernidade,
construindo seu “parque aquático”e mais dependências, muito ao gosto dos que
cultivam a forma física! (Texto: João Baptista Scannapieco - Presidente do “Arquivo
Municipal Público e Histórico Matildes Rezende Lopes Salomão”- Professor de
Geografia e História licenciado pela USP)
1979.
Recebendo a taça de campeão da 3ª Divisão.
1979. O capitão do time, "Gaúcho Lima", levanta o troféu de campeão.
Time campeão da 3ª Divisão Paulista, em 1979.
1978.
1976.
1975.
1974.
1973.
1971.
1970.
1968.
1967.
1966.
Carnaval do Palmeiras, na década de 1960.
1965.
1964.
Estádio Getúlio Vargas Filho, na década de 1960.
1963.
1961.
1959.
1958.
1957.
1956.
Magnífico cartaz confeccionado para salientar a inauguração do estádio.
A
inauguração do “Getúlio Vargas Filho”
Por
Antonio Carlos N. Oliveira
Jogando
desde a fundação, em 1924, num simples campo gramado localizado no final da Rua
Capitão José Alexandre, na Vila Manoel Cecílio, o Palmeiras Futebol Clube
sentiu a necessidade, nos primeiros anos da década de 1950, da expansão do
patrimônio, oferecendo aos seus atletas e visitantes, bem como aos torcedores
sanjoanenses, um verdadeiro estádio.
Com
a fundamental colaboração de incansáveis diretores e muitos voluntários, financeiramente
e na mão-de-obra , em 6 de março de 1955 foi realizado um grande sonho da
comunidade alvi-negra: a inauguração do que foi batizado Estádio “Getúlio
Vargas Filho”, homenagem ao filho do então presidente Getúlio Vargas, que
também disponibilizou verba para as obras através do desportista Chaffit
Nicolau.
Além
do gramado, vistosos portões de entrada, monumentais para a época, cabines para
a imprensa, o primeiro lance de arquibancadas, que depois se tornariam as
gerais, pela construção subseqüente das cobertas, alambrado e vestiários.
Tudo
bem à altura do sucesso profissional que a agremiação buscava alcançar, sob a
presidência do dinâmico administrador Welson Gonçalves Barbosa.
No
período da tarde do sábado, 5 de março, dia anterior às aguardadas partidas de
futebol (três) marcadas para o pontapé inicial do novo estádio, procedeu-se a
inauguração dos portões principais do “Getúlio Vargas Filho”, exatamente às 15
horas, pelo prefeito municipal João Ferreira Varzim. Às 15h30, benção às novas
instalações por parte do vigário da paróquia, Cônego Antonio David.
A
seguir, descerramento de placas alusivas e apresentação das dependências que
seriam utilizadas pela imprensa, sendo paraninfos daquele momento histórico o
presidente da ALCES-Associação dos Locutores e Cronistas Esportivos
Sanjoanenses – Benedito Fernandes de Oliveira, o Cajúca – e o jornalista
Elisiário Petrus, sanjoanense, pertencente na época ao jornal paulistano “O
Esporte”.
No
período noturno, um coquetel foi oferecido às autoridades, diretores do clube e
convidados, com as ilustres presenças do vice-governador do estado de São Paulo
– general Porfírio da Paz -, do presidente da Federação Paulista de Futebol,
Mário Frugiuelle, e do diretor de A Gazeta Esportiva, jornalista Carlos Joel
Nelli.bras de remodelação da sede, na década de 1950.
Os jogos festivos
Logo
nas primeiras horas do domingo, 6 de março de 1955, uma “Alvorada” executada
pela Corporação Musical sanjoanense percorreu as principais ruas e avenidas da
cidade conclamando o povo para os espetáculos futebolísticos que estavam
reservados para o período da tarde no novo estádio.
Logo
às 13 horas, o clássico local entre os veteranos do Palmeiras Futebol Clube e
da Sociedade Esportiva Sanjoanense, disputando o Troféu “Dr. Oscar de Andrade
Nogueira”. A seguir, um interessante jogo interestadual entre Associação
Atlética Vargeana e o Rio Branco de Andradas, valendo ao vencedor o Troféu “Dr.
Francisco Maringolo”.
Por
fim, a tão esperada presença do Guarani de Campinas, que enfrentaria o nosso
Palmeiras. Como curiosidade, a bola para o espetáculo foi uma gentil oferta do
desportista Cláudio Sibila.
Ficha
técnica do jogo principal
Comparecendo
com os titulares e confirmando o favoritismo por se tratar de um dos grandes
clubes interioranos na década de 1950, o Guarani de Campinas venceu o Palmeiras
pelo placar de 5 a 1. Confira as escalações das equipes:
Palmeiras:
Dúsca - Mané Nogueira e Zezé Virga - Zé Côco - Lindóia e Bico Doce - Zé Carlos
- Fae Ciacco - Efraim Nogueira - Lilo Cassini e Jaú, sob o comando técnico de
Elias Assad Simão (Leãozinho). Participaram ainda do jogo o goleiro Zizi,
Cascata, Jair Rosa, João Minhóca, João Bacana, Lospico e Baltazar.
Guarani:
Paulo - Dalmo e Palante – Mandúco - Waldir e Godê – Dido – Augusto – Ismar -
Fifi e Durvalino. Jogaram ainda Dirceu, Herbert, James, Clóvis, Joé, Henrique,
Renato e Piolim.
Para
fechar com “chave-de-ouro” aquele final de semana festivo, foi realizado à
noite, na sede social do Palmeiras Futebol Clube, um grandioso baile de gala,
num ambiente de total confraternização e amizade.
1953.
1952.
1951.
1950.
1950. Folder comemorativo.
1950. Time Juvenil.
Início dos anos 40.
1938.
1932.
1931.
As historinhas do "Zé do Campo"
Foi quando, ao descer, o motorista constatou a tampa do porta-malas semiaberta, notando a ausência do saco de chuteiras, que deveria ter ficado em uma das curvas da estrada. Retorno realizado e, sob os olhares atentos de todos, o material foi localizado dentro de uma valeta.
As historinhas do "Zé do Campo"
Dentre os personagens que fizeram parte da história do futebol do Palmeiras, fora dos
gramados, “seu” Zé do Campo merece destaque especial pelas inúmeras passagens
presenciadas durante 48 anos a serviço do clube, desde 1963.
Natural
de São João da Boa Vista, José Ignácio Neto ainda hoje, no alto de seus 85 anos
a serem completados em 1º de outubro deste ano, foi e ainda é uma espécie de
“faz tudo” nas dependências do Estádio “Getúlio Vargas Filho”, local onde
também reside.
Conversar
com “seu Zé” sobre fatos pitorescos por ele vividos nos leva a percorrer a
própria trajetória futebolística do Palmeiras, especialmente na época áurea do
profissionalismo. Algumas passagens estão aqui registradas. Confira:
“Turma de Caipiras”
Na
década de 1960, seguia a delegação do Palmeiras para mais um compromisso pela
2ª Divisão, de ônibus, rumo à cidade de Batatais. Em certo local do trajeto eis
que uma pane mecânica fez com que todos ficassem na estrada.
Ativo
em suas atitudes, o diretor Bento Palermo enveredou-se mato adentro em busca de
socorro, o que não demorou a acontecer. Palermo, sem tempo a perder, pois a
hora do jogo se aproximava, arrumou em um sitio das proximidades um caminhão de
transportar vacas, que serviu como complemento da viagem.
Foi
pouco para os torcedores do Batatais, que aproximavam do estádio para comprarem
seus ingressos. Ao verificarem aquela cena da chegada do adversário naquela
situação inusitada, logo foram apelidando de a “turma de caipiras”.
Para
“Seu Zé” aquilo tudo foi de extrema motivação ao elenco, que entrou em campo e
venceu por 1 X 0, realizando uma partida espetacular. “Os caipiras deixaram
todos de boca aberta”, diz, com um largo sorriso.
“Gol de goleiro”
“Seu
Zé” conta que, certa vez em Bragança Paulista, presenciou um fato que nunca tinha
tido a oportunidade de ter verificado: um gol de goleiro. “E foi contra o
Palmeiras, infelizmente”, diz. O Palmeiras visitava o Bragantino pela 1ª
Divisão, estádio lotado.
No
final, vitória do time da casa por 2 X 1 e um dos gols marcado pelo goleiro Ado
(ex-Corinthians e tricampeão mundial com a seleção) sobre Teté. “Nunca tinha
visto antes, mas tenho certeza que o vento conduziu a bola, caso contrário o
Teté teria defendido”, conta. “Depois do jogo, quebraram o vidro frontal do
nosso ônibus após muita correria e viemos embora assim mesmo, bem vivos”,
finaliza.
“Paguei a conta”
Em
mais uma viagem pelo interior, “Seu Zé“ conta como teve que mexer no bolso para
pagar uma conta no restaurante em que a delegação parou para almoçar. “O doutor
Antenor (Antenor José Bernardes, presidente do clube) me convidou para sentar
em sua mesa, pois gostava de tomar uma caipirinha e queria companhia.
Aceitei,
com a condição de beber refrigerante, pois estava de trabalho. Na hora de
acertar a conta, não é que o doutor tinha esquecido a carteira e o talão de
cheques, sobrando para mim a despesa. Foi a primeira vez que um roupeiro
emprestou dinheiro ao presidente do clube”, diz, sorridente.
“O menino do
placar”
O
bom coração do “Seu Zé” fez a alegria de um pequeno torcedor do Palmeiras, no
final da década de 1960. O então garoto Paulo Adriano Godoy Fermoselli – que
recentemente deixou o cargo de presidente do clube – permanecia em alguns jogos
inerte no portão de entrada, sem poder ingressar no estádio, por imposição do
rigoroso porteiro, Pedro Palermo.
Por
sua intervenção, Paulo passou a ter uma função: a de alterar os números do
placar quando um gol assim o determinasse. Segundo “Seu Zé”, “a partir daí ele
também passou a ter sua importância nos jogos. Valeu a pena, pois o amor pelo
clube por parte do Paulo Fermoselli foi aumentando, até que um dia viesse a
ocupar o cargo de presidente”, enfatizou.
“Paulinho, goleiro
maluco”
Todos
o chamavam de “goleiro malúco”, tanto é que acabou herdando o apelido. Paulinho
Eugênio, o Paulinho Malúco, sanjoanense, começou jogando na Esportiva, passou
pelo Bonsucesso e América do Rio até assinar contrato com o Rio Preto, em 1964.
Em
jogo pelo 2º turno do campeonato daquele ano, no “Getúlio Vargas Filho”,
Paulinho, ao defender o gol do time rio-pretense à direita das cabines de rádio
na segunda etapa, teve uma implacável marcação de um torcedor, que não parava
de atormentá-lo.
Em
certo momento, o goleiro deixou o gol, pulou o alambrado e saiu em correria
desenfreada prá cima do desafeto. “Seu Zé” conta que, não fosse sua
interferência na porta da residência, que ficava no interior do campo,
“colocando rapidamente prá dentro o torcedor e fechando a porta, não sei o que
teria acontecido. O Paulinho estava mesmo muito furioso e o juiz teve que parar
o jogo pois o Rio Preto não tinha goleiro”, se diverte.
Paulinho,
antes de encerrar a carreira, foi goleiro do Palmeiras e de fundamental
importância na campanha do título da 2ª Divisão, em 1966.
“Comida estragada”
Na
década de 1970, o diretor do clube Athos Westin, como viajante que era, em suas
viagens pelo interior antecipava reservas em hotéis e restaurantes para a
delegação que deixava a cidade em dias de jogos.
“Seu
Zé” conta uma passagem divertida a respeito: “Paramos para almoçar em Tatui,
cidade muito pequena, porém hospitaleira. Acontece que, por ser o primeiro a
experimentar um nhoque servido, notei o prato com cheiro azedo, no que avisei
os diretores e não comi.
Os
atletas não, pois sua refeição era outra. Não quiseram me ouvir, comeram a
valer e o que deu? Correria para o banheiro antes e durante a partida. O Athos
foi muito elogiado”, diz com ironia.
“Perdendo as
chuteiras”
Rumando
a Espírito santo do Pinhal para um compromisso de campeonato contra o GPEA, o
ônibus do Palmeiras, em uma das curvas, teve a tampa do bagageiro aberta, no
que foi expelido para fora o saco que continha as chuteiras de todos os
jogadores.
Por
sorte, ao parar em um vendedor de laranjas, o fato foi constatado, o veículo
retornou e, há alguns quilômetros atrás o saco foi localizado. Reiniciada a
viagem, Tudo em seus devidos lugares, “Seu Zé” foi logo com esta, ironizando o
fato: “se roubam as chuteiras, teríamos que jogar de meia mesmo. Já
pensou?”
“As chuteiras
perdidas… e achadas”
Seguia
a delegação do Palmeiras rumo a Espírito Santo do Pinhal, jogo importante
contra o GPEA, eterno rival de grandes jornadas. Eis que, em dado momento, a
visualização de um vendedor de laranjas fez com que o ônibus parrase para
satisfazer o desejo da maioria de ter as frutas para saborear.
Foi quando, ao descer, o motorista constatou a tampa do porta-malas semiaberta, notando a ausência do saco de chuteiras, que deveria ter ficado em uma das curvas da estrada. Retorno realizado e, sob os olhares atentos de todos, o material foi localizado dentro de uma valeta.
“Seu
Zé”, o mais feliz do grupo, disse: “ainda bem que encontramos as chuteiras,
senão teríamos que entrar em campo usando meias para enfrentar o Ginásio
Pinhalense”, brincou.
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