segunda-feira, 20 de agosto de 2012

O Rei da Folha Seca

Waldir Pereira, mais conhecido como “Didi”, nasceu em Campos dos Goytacazes (RJ), no dia 8 de outubro de 1928 e faleceu no Rio de Janeiro, em 12 de maio de 2001. Foi um futebolista brasileiro, bicampeão mundial pela Seleção Brasileira nas Copas do Mundo de 1958 e 1962.

Eleito o melhor jogador da Copa de 58, quando a imprensa européia o chamou de "Mr. Football" ("Senhor Futebol"), “Didi” foi um dos maiores e dos mais elegantes meio-campistas da história do futebol.

"O Principe Etíope" era seu apelido, dado por Nelson Rodrigues, ilustre dramaturgo e torcedor fanático do Fluminense Football Club. Com classe e categoria, foi um dos maiores médios volantes de todos os tempos, além de possuir o mérito de ter criado a "folha seca".

Esta técnica consistia em bater na bola, com o lado externo do pé, de modo a fazê-la girar sobre si mesma e modificar sua trajetória. Ela tem esse nome pois esse estilo de cobrar falta que dava à bola um efeito inesperado, semelhante ao de uma folha caindo, fugia do esperado.

O lance ficou famoso quando “Didi” marcou um gol de falta nesse estilo contra a Seleção do Peru, nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1958. Na Copa do Mundo de 1970 foi o técnico da Seleção do Peru, classificando o país para a sua primeira Copa desde 1930.

No Fluminense, “Didi” jogou entre 1949 e 1956, e foi clube pelo qual jogou mais tempo sem interrupções, tendo realizado 298 partidas e feito 91 gols, sendo um dos grandes responsáveis pela conquista do Campeonato Carioca de 1951 e da Copa Rio 1952.

Também foi o autor do primeiro gol da história do Maracanã pela Seleção Carioca em 1950. Liderou a Seleção Brasileira na conquista do Campeonato Pan-Americano de Futebol, disputado no Chile, na primeira conquista relevante da Seleção Brasileira no exterior. Jogou ao lado de Castilho, Waldo, Telê Santana, Orlando Pingo de Ouro, Altair e Pinheiro, entre outros.

Foi campeão mundial pelo Brasil em 1958, quando atuava pelo Botafogo de Futebol e Regatas, clube pelo qual também acabou se apaixonando. No alvinegro, era o maestro de um grande elenco. Jogou ao lado de Garrincha, Nilton Santos, Zagallo, Quarentinha, Gérson, Manga e Amarildo.

O Botafogo foi o clube pelo qual “Didi” mais disputou partidas: fez 313 jogos e marcou 114 gols. Foi campeão carioca pelo clube em 1957, 1961 e 1962 e também venceu o Torneio Rio-São Paulo de 1962, mesmo ano em que venceu o Pentagonal do México e, no ano de 1963, o Torneio de Paris.

Chegou a jogar no famoso time do Real Madrid, ao lado do craque argentino Di Stéfano e do húngaro Puskas, mas teria sofrido um boicote na equipe, que teria partido de Di Stéfano.

Em 1964 foi para o São Paulo, porém a equipe paulista não tinha grandes jogadores, estando o clube empenhado em terminar a construção do seu principal patrimônio, o Estádio do Morumbi. Foi quando “Didi” começou a pensar na aposentadoria.

No começo de 1981, chegou a ser o técnico do Botafogo, mas foi substituído do cargo durante o ano. Também foi técnico do Fluminense, na fase que o time tricolor era conhecido como a “Máquina Tricolor”, pela qualidade excepcional de seus jogadores.

“Didi” morreu em decorrência de complicações provocadas por câncer, no Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, na zona norte do Rio de Janeiro, a centenas de metros do Maracanã.

O ex-jogador foi internado em 25 de abril de 2001, com dores na barriga, sem saber que estava com câncer. Foi submetido a uma cirurgia de emergência três dias depois, devido a um quadro de obstrução intestinal, retirando parte da vesícula e do intestino.

Em estágio avançado, a doença comprometia o fígado, diafragma e colo. Não se recuperou mais. Sendo sedado, só respirava com a ajuda de aparelhos.

O velório ocorreu numa tarde, na sede do Botafogo, em General Severiano (zona sul). O enterro foi de manhã no cemitério São João Batista. A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) ficou de arcar com os custos.

Embora não fosse rico, Didi levava uma vida mais confortável do que muitos ex-jogadores. Morava com a mulher, Guiomar, na Ilha do Governador, Zona Norte do Rio.

“O sonho dele era, ensinar algum garoto a fazer a “folha seca”. “Didi” reclamava que não via mais ninguém fazer isso”, disse, no hospital, o presidente da Associação de Garantia ao Atleta Profissional (Agap), Nilo Chaves de Oliveira. Numa homenagem planejada desde antes da morte de “Didi”, a Agap inaugurou no Recreio dos Bandeirantes, Zona Oeste, um centro esportivo com o nome de Waldir Pereira.

“Era um cara legal, foi muito amigo do meu pai”, disse no hospital Pedro Ernesto, Maria Cecília dos Santos Cardoso, filha do ex-ponta-direita Garrincha, bicampeão com “Didi” pelo Brasil e seu companheiro no Botafogo. (Fonte: Wikipedia)

Didi foi técnico no River Plate da Argentina. Os anos 70 foram marcados pela chegada do técnico brasileiro Didi, que implementou o jogo bonito no time "Milionário", baseado nos jovens saídos das categorias de base.


Caricatura de Didi. (Divugação)


Didi no vestiário. (Foto: Agência Globo)

Ataque do Botafogo com Didi, o segundo da esquerda para a direita. (Foto: www.abi.org.br)

Didi. (Foto: www.lanceactivo.com.br)

Didi sentado na mala, frente um restaurante. (Foto: Acervo Botafogo F.R.)

Didi com a camisa do Fluminense. (Foto: www.placar.abril.com.br)

Didi e Garrincha no Botafogo. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Didi levantado pela torcida botafoguense. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Didi e Zizinho, na Seleção Brasileira. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Didi com o presidente Juscelino Kubtschek.(Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Guiomar ajuda Didi a tirar a camiseta. (Foto: Acervo dio Botafogo F.R.)

Didi no Botafogo. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Pelé chora no ombro de Didi, depois da vitória de 5 X 2 sobre a Suécia na final de 58, com Gilmar e Orlando olhando.

Didi em 1958. (Foto: Arquivo Agência France Press)

1962. Didi, Garrincha 7 e Zagallo ao fundo, na vitória da Seleção Brasileira por 4 X 2 sobre o Chile, na semifinal da Copa do Mundo

1958.Didi e Belini erguem a Taça Jules Rimet. (Foto:Acervo do Botafogo F.R.)

1958. Belini e Dido com a Taça jules Rimet. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Gol de Didi cobrando falta, contra o Peru, nas eliminatórias da Copa do mundo de 1958. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

Didi ajeitando as chuteiras. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

1957. Didi beijando a namorada. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

1957. Didi ao telefone. (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

1957. Dido ajeitando as chuteiras (Foto: Acervo do Botafogo F.R.)

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