domingo, 21 de fevereiro de 2010

A história das Copas do Mundo


ITÁLIA - 1934


Sob o domínio do Partido Fascista, a Itália aproveitava cada espaço para fazer propaganda das suas idéias. Assim, o cartaz da Copa mostrava um jogador com o braço erguido, na saudação característica dos fascistas. Temerosa da reação em outros países, a FIFA conseguiu que os italianos criassem outro
cartaz, com a imagem mais neutra, que acabou entrando para a história
com a derrota do movimento fascista na Segunda Guerra Mundial.
A Copa da política

A Copa do Mundo de 1934 foi um reflexo do momento político que o mundo estava passando. A competição foi organizada pela Itália e foi um alvo de Mussolini para mostrar a força de sua nação e do fascismo. O "Duce" seguiu um planejamento feito pelos italianos desde o ano de 1929 e conseguiu trazer a competição para o país depois de oito congressos da Fifa. O líder político comparecia aos estádios e recebia as homenagens do público no mesmo tom que os astros do futebol.

O torneio foi dominados pelas seleção européias, que tinham 12 representantes. Todos os times das quartas-de-final eram da Europa. Brasil, Egito, Estados Unidos e Argentina não conseguiram montar times competitivos e saíram da Itália sem nenhuma vitória. O Uruguai resolveu não participar da Copa. Os atuais campeões ficaram irritados com a falta de apoio das seleções européias no Mundial de 1930. A Celeste Olímpica já não tinha a mesma força dos títulos olímpicos (1924 e 1928) e da conquista da Copa do Mundo de 1930.

Forma de disputa

A Copa de 1934 foi disputada por 16 equipes que disputaram partidas eliminatórias em quatro fases (oitavas, quartas, semi e final). Se a partida terminasse empatada no tempo normal e na prorrogação, a organização da competição promovia uma partida desempate.

Camisas negras

Segundo alguns, o árbitro sueco que apitou a semifinal e a final teria se encontrado com Mussolini antes das partidas e favorecido o time da casa nas duas partidas. A Itália venceu a Tchecoslováquia na final por 2 x 1. Detalhe: os jogadores italianos entraram em campo usando camisetas pretas, semelhantes ao uniforme usado pelas milícias de Mussolini (os fascistas italianos ficaram conhecidos como "camisas negras").

Não bastasse a exploração política da vitória da seleção italiana, o terceiro lugar foi disputado entre a seleção da Alemanha nazista e a da Áustria, terra natal de Hitler (apesar de ter se tornado chanceler da Alemanha, Hitler era austríaco, e não alemão). Resultado do jogo: vitória alemã (3x2).

Seleção da Itália, campeã mundial de 1934.
Vittorio Pozzo, técnico campeão pela Itália. (Fonte: Popper Fotos)
Giuseppe Meazza, o grande craque italiano. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Vittorio Pozzo e Giuseppe Meazza. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Tchecoslovaquia, vice-campeã mundial de 1934. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Festa italiana após a final. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Final, gol de Schiavio. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Mais um lance do jogo final. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Lance do jogo final. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Cumprimentos antes do jogo final (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Preparativos no meio de campo, para o jogo final. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Seleção Italiana perfilada antes do jogo final. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Capitães das duas seleções no jogo final: os goleiros Combi, da Itália e Planicka, da Tchecoslovaquia. (Fonte: Livro "Todas as Copas do Mundo", de Orlando Duarte)
Os goleiros Combi, da Itália e Zamora, da Espanha. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Bican marca o terceiro gol da Áustria, na vitória de 3 X 2 sobre a França. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Medalha oferecida ao atleta brasileiro Waldemar de Britto.
Um lance do jogo Espanha 3 X 1 Brasil. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Lance do jogo Brasil 1 X 3 Espanha. (Fonte: Brazil in the World Cups)
Leônidas da Silva, o "Homem Borracha", fez apenas um gol em em 1934. (Fonte: Livro "Todas as Copas do Mundo", de Orlando Duarte)
Seleção Brasileira entrando em campo.
Seleção dos Estados Unidos. (Fonte: Popper Fotos)
Seleção do Egito. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Seleção do Brasil. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
O Brasil na Copa de 34
A participação brasileira na segunda edição da Copa do Mundo, em 1934, na Itália, sofreu com brigas políticas no futebol nacional. A CBD (Confederação Brasileira de Desportos) estava em conflito com as demais federações regionais e, por isso, a base do time selecionado tinha 11 jogadores do Rio de Janeiro, sendo nove do Botafogo e dois do Vasco.

Apenas seis jogadores de outros estados, incluindo um que atuava fora do país, foram convocados. Destes, quatro defendiam o São Paulo, um jogava pelo Grêmio e outro pelo Nacional, do Uruguai.

O sistema de disputa da competição previa a participação de 16 seleções e todos os jogos seriam eliminatórios. Ou seja, após 15 jogos seria conhecido o grande campeão.

O Botafogo mantinha boas relações com a CBD. O clube recebeu da entidade incentivos financeiros para convencer seus atletas a servirem à pátria nos campos do velho continente.

Fatos interessantes marcaram a passagem da seleção brasileira pela Itália. Pode ser citado, por exemplo, a viagem de navio, que durou duas semanas. No local, a comida era farta e os jogadores acumularam uns quilinhos a mais.

Outra curiosidade diz respeito ao jogador Filó. Ele começou sua carreira no Corinthians e conseguiu uma transferência para a Lazio, da Itália, onde ganhou a alcunha de Brasilázio, devido à série de contratações de brasileiros pela equipe romana. Ele foi o primeiro brasileiro a conquistar um Mundial.

O técnico Luis Vinhaes convocou os seguintes jogadores para a disputa da competição:
Pedrosa (Botafogo)
Germano (Botafogo)
Tinoco (Vasco)
Silvio Hoffman (São Paulo)
Luiz Luz (Grêmio)
Otacílio (Botafogo)
Martin (Botafogo) Ariel (Botafogo)
Cannali (Botafogo) Valdir (Botafogo)
Luizinho (São Paulo) Waldemar de Brito (São Paulo)
Armandinho (São Paulo) Dobbert (Botafogo)
Átila (Botafogo) Leônidas (Botafogo)
Patesko (Nacional-URU)

Seleção da Bélgica. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Seleção da Áustria. (Fonte: Site "Storie di Calcio)
Seleção da Argentina. (Fonte: Popper Fotos)
Estádio Littorale, um dos palcos da Copa de 1934.


Jogadores da Seleção do Brasil treinam no navio, na viagem para a Itália. (Fonte: Brazil on the World Cups)
Vinte e um atletas brasileiros viajaram no dia 12 de maio, a bordo do navio "Biancamano", numa desconfortável e monótona jornada até o porto italiano de Gênova.

Desta vez, embarcou um técnico chamado Luiz Vinhaes. Carlito Rocha seguiu como arbitro e delegado. Francisco de Paulo era o tesoureiro e José Caribé da Rocha era o jornalista. A viajem durou onze dias e todos chegam cansados e sentindo ainda os efeitos dos enjôos sofridos durante o longo percurso, que teve uma parada em Barcelona para apanhar os jogadores da seleção espanhola.

2 comentários:

EDU,... disse...

galera, este blog estatistico esta de parabens!!!!!!!

aguardo mais reliquias e conquistas de clubes de MG.

bruno disse...

muito bom cara

gosto muito de copas, é a primeira vez que vejo imagens do navio da seleçao em 34 e os jogadores treinando nele.

valeu