quinta-feira, 28 de agosto de 2014

O time dos Cadetes


Histórico

Foi fundado no bairro de São Cristóvão em 12 de outubro de 1898, como clube dedicado ao remo. Em 5 de julho de 1909, surgiu o São Christóvão Athletic Club, que se restringia ao futebol, e disputava o campeonato metropolitano. Sua primeira partida foi disputada em 1 de agosto de 1909, quando venceu ao Piedade F.C.por 5 X 1. A união de ambos deu origem ao atual São Cristóvão de Futebol e Regatas em 13 de fevereiro de 1943. Um novo clube, que herdou do clube de futebol a fama conseguida nos campos, já campeão carioca e com bom desempenho nos gramados.

Em 1918, 1923 e 1924, o São Cristóvão terminou o Campeonato Carioca em terceiro lugar, já mostrando sua força. Mas, ainda assim, no início do Carioca de 1926, os favoritos eram Vasco, Flamengo e Fluminense. Na estréia, o São Cristóvão mostrou força e venceu o Botafogo por 6 X 3. No entanto, o time da Figueira de Melo perdeu de 6 X 2 do Fluminense na rodada seguinte e reforçou sua condição de azarão.

Aos poucos, porém, a estratégia do técnico Luís Vinhaes começou a se fazer notar. O treinador era discípulo do uruguaio Ramón Platero, campeão com o Vasco em 1923 e 1924. Ambos tinham por princípio impor treinamento intenso aos jogadores, com enfoque no preparo físico e na força para os padrões ao amadorismo da época. No caso de Vinhaes, ainda deve-se acrescentar o discurso motivacional apurado.

Mesmo sem resultados brilhantes, o São Cristóvão foi colhendo pontos. Venceu Vila Isabel (3 X 2) e Vasco (2 X 1) apertado antes de deslanchar com um acachapante 5 X 0 sobre o Flamengo. O time seguiu com sua campanha consistente e discreta, com vitórias sobre Syrio e Libanez (3 X 1), Brasil (8 X 2), América (3 X 1) e Botafogo (4 X 3) e empate com o Bangu (2 X 2).

No início do segundo turno, o São Cristóvão venceu o Fluminense por 4 X 2 e se colocou como candidato ao título. Uma derrota para o Vasco (2 X 3) complicou a situação, pois os cruzmaltinos já se colocavam como principal concorrente na competição.

Ainda assim, com vitórias consecutivas sobre Vila Isabel, Brasil, Syrio e Libanez e Bangu o clube da Figueira de Melo ficou em situação confortável. A equipe tinha 27 pontos ao lado do Fluminense. O Vasco estava com 29, mas tinha duas partidas a mais e já encerrara sua participação.

Em 19 de setembro de 1926, o São Cristóvão empatou em 4 X 4 com o América e se beneficiou da derrota do Fluminense para o Flamengo por 2 X 0. Com isso, bastaria ao Alvinegro vencer o desinteressado Rubro-negro na partida decisiva. Os dois times já haviam se enfrentado no returno com vitória flamenguista por 3 X 1. No entanto, o jogo foi interrompido e cancelado, dando essa nova chance ao São Cristóvão.

No jogo decisivo, realizado em 21 de novembro de 1926 no estádio da Rua Paysandu, o São Cristóvão sobrou em campo. Com o artilheiro Vicente em jornada inspirada, o time da Figueira de Melo fez 5 X 1 e conquistou, pela primeira e única vez, o Campeonato Carioca. Com os três gols na decisão, Vicente passou o vascaíno Russinho e ficou com a artilharia do torneio.

Depois do título carioca, o técnico Luís Vinhaes ganhou espaço. Em 1934, foi o treinador da Seleção Brasileira na Copa da Itália. Em 1933, levou o Bangu a seu primeiro título carioca.

Além do Carioca de 1926, o São Cristóvão também conquistou o Torneio Início em 1918, 1928, 1935 e 1937 e foi ainda vice-campeão em outras seis ocasiões: 1920, 1925, 1927, 1938, 1940 e 1964, num total de 10 decisões disputadas neste tradicional torneio.Também ficou com o vice-campeonato estadual em 1934.

O São Cristóvão teve ainda os artilheiros dos campeonatos cariocas de 1919 (Braz de Oliveira, 24 gols), de 1926 (Vicente, 26 gols), de 1928 (Vicente, 20 gols) e de 1943 (João Pinto, 26 gols). Em 2 de julho de 1919, o São Cristóvão goleou o Mangueira por 11 X 1, com o seu jogador, Bras de Oliveira, marcando nove gols, recorde no Campeonato Carioca até os dias de hoje, compartilhado com Gilberto Hime, do Botafogo.

Um título marcante foi o do Torneio Municipal de 1943. A competição era forte e o São Cristóvão teve de superar, em pontos corridos de um turno, América, Bangu, Bonsucesso, Botafogo, Canto do Rio, Flamengo, Fluminense, Madureira e Vasco.

Em 1937, quando disputava o Campeonato Carioca pela antiga Federação Metropolitana de Desportos (FMD), ao lado do Vasco, Botafogo e Bangu, entre outros, houve a pacificação do futebol do Rio de Janeiro, dividido em ligas, e os clubes da FMD se juntaram aos outros para a disputa do Campeonato Carioca já pacificado.

O São Cristóvão liderava disparado o campeonato da FMD, sem poder ser alcançado por nenhum outro clube, mas esta liga foi dissolvida abruptamente sem declarar o São Cristóvão campeão, o que foi uma grande injustiça, por não ter refletido oficialmente a superioridade do time do São Cristóvão sobre os outros concorrentes.

Em 1953, o São Cristóvão sagrou-se campeão do Torneio Quadrangular Cidade de Campinas, disputado contra Guarani, Ponte Preta e o America Football Club, do Rio de Janeiro.

A maior atuação do São Cristóvão no Maracanã foi em 29 de março de 1975, quando enfrentou o Flamengo, de Zico, e perdia por 2 X 0, e numa reação sensacional venceu o partida por 3 X 2, inclusive com dois gols anotados pelo ex jogador flamenguista “Fio Maravilha”.

O São Cristóvão já mandou cinco jogadores para defender o Brasil em Copas do Mundo. Em 1930, foram Zé Luiz, Doca e Teófilo. Em 1938, Afonsinho e Roberto. Este último marcou um dos gols da vitória brasileira por 2 X 1 sobre a Tchecoslováquia, tornando-se o único jogador cadete a marcar em uma Copa.

O São Cristóvão possui um cartel que inclui 124 partidas internacionais, tendo a sua primeira partida internacional ocorrida contra marinheiros do cruzador inglês “Orotawa”, com vitória dos alvos por 4 X 1, em 17 de julho de 1917. No mesmo ano, em 19 de novembro, nova vitória, agora contra marinheiros do couraçado uruguaio “Uruguay”, por 6 X 1, tendo a sua primeira excursão ao exterior ocorrido em 1937 e as mais vitoriosas, à Europa e África, ocorridas na década de 1950.

Ao entrar na sede de futebol, na Rua Figueira de Melo, é possível ler – pintado em letras garrafais –, a frase:  “aqui nasceu o fenômeno”. O “fenômeno” em questão é o centro-avante Ronaldo, campeão de duas Copas do Mundo pela Seleção, um dos maiores jogadores de todos os tempos - que foi revelado nas divisões de base do São Cristóvão. Para as gerações mais novas, o jogador tem sido o mito que alimenta os brios do time.

Mas outros nomes marcantes começaram por ali: o meia Djalminha, ex-Palmeiras; Carlos Alberto Parreira, ex-técnico da seleção (Parreira, aliás, começou como preparador físico do time e estreou como treinador no São Cristóvão, logo depois de formado em Educação Física e um pouco antes de ser convidado para ser técnico de Gana); e Sebastião Lazaroni, técnico da Seleção na Copa de 1990. Não custa lembrar que o craque Leônidas da Silva, o Diamante Negro, também já vestiu a camisa dos cadetes.

Vista interna do Estádio da Rua Figueira de Melo, de propriedade do São Cristóvão. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

Recentemente aconteceu na sede de Figueira Melo, um grande encontro de jogadores veteranos do São Cristóvão F.R.. O encontro organizado pelos próprios ex-atletas do clube, contou com a presença de vários jogadores que vestiram a camisa "Cadete" nos anos 60, 70 e 80. Vários campeões da Taça Abellard França em 1975, também estiveram no evento. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

Time Feminino do São Cristóvão. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

2012. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


2011. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

2008. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

2007. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


2007. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


(Ronaldinho "Fenômeno "começou nas categorias de base do São Cristõvao, em 1993. (Foto: Milton Neves) 


Ronaldinho com  camisa do São Cristóvão. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


Ronaldinho se destacou nas categorias de base do São Cristóvão. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


Os primeiros títulos conquistados por Ronadinho, foram nas categorias de base do São Cristõvão. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

Década de 1980. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


Anos 1970. Antiga torcida organizada do São Cristõvao chamada "Falcões". (Foto:José Carlos Souza, que aparece em primeiro plano com a bandeira.

1972. (Foto: Milton Neves)

1967. Com Carlos Alberto Parreira como preparador físico. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

José Ferreira Agostinho, o "seu Zezé", costumava dizer que presidente de time pequeno tem que ter dinheiro. Em 8 meses de 1966 gastou NCr$ 20 mil no clube. "Seu Zezé" entrou no São Cristõvão em 1918, para nunca mais se afastar, por pior que fosse a situação. Foi presidente duas vezes, em 1948 e 1966, nas duas como única solução depois que os presidentes desistiram.

Da última vez, assim que tomou posse, mandou vir as contas e descobriu que dois títulos iam para protesto. Ele meteu a mão no bolso, tirou o talão de cheques e mandou pagar. E esta foi sua única atividade no primeiro dia de mandato: esvaziou um livro de cheques pagando contas do São Cristóvão.

Sabia de cor a escalção do time campeão de 1926: Paulino - Póvoa e Zé Luis - Alberto - Henrique Carrero e Julinho - Manobra - Jaburu - Vicente - Baianinho e Teófilo.

"Seu Zezé" também bancava os lanches dos atletas. 

Torcedores no Estádio da rua Figueira de ello. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1956. Em pé: Benedito - Osmindo - Décio - Jorge - Ivan e Geraldo. Agachados: Mirinho - Paulinho - Nônô - Ademar e Olivar. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1954. Em pé: Manfredo - Hélio - Haroldo - Jalves - Severino e Mauro. Agachados: Geraldino - Sarcinelli - Cabo Frio - Ivan e Décio. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1951 - Em pé: Valdir - Luiz Borracha - Tórbis - Nery - Geraldo e Jordan. Agachados: Geraldino - Carlayle - Nonô - Ivan e Carlinhos. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1949. Em pe: Rômulo - Buião - Olavo - Tórbis - Ramiro e Pelado. Agachados: Magalhães - Wilton - Buarque - Rato e Reginaldo. (Foto: Museu dos Esportes)


1945. As caricaturas são do Nino Borges, criador dos mascotes do São Paulo e do XV de Piracicaba, entre outros. E o álbum é o das Balas Futebol. 

1943. Campeão do Torneio Municipal. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1927. (Foto: Jornal dos Sports, do Rio de Janeiro)

A conquista de 1926 é carinhosamente guardada e lembrada. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1926. Taça de Campeão Carioca.  (Foto: Acervo fotográfico do clube)

1926. Campeão Carioca. (Foto: Acervo fotográfico do clube)


O antigo campo da Rua Figueira de Melo foi inaugurado a 23 de abril de 1916, na partida jogada entre equipe da casa e o Santos Futebol Clube, diante de seis mil pessoas. Esta partida - que terminou empatada em 1x1 - marcou a primeira vez em que o Santos usou seu atual uniforme, todo branco, inspirado no do São Cristóvão. 

Durante muito tempo, a partir desta data, o Santos pintou o escudo do São Cristóvão nos muros da Vila Belmiro e associados destes dois clubes podiam usufruir das respectivas sedes, mutuamente.

Em 1943, por determinação legal, após incidentes de superlotação na partida envolvendo a partida entre o time da casa e o Flamengo, o São Cristóvão teve que demolir as arquibancadas com estrutura de madeira. Reinaugurou as suas instalações, com novas arquibancadas de cimento, na partida em que foi derrotado por 5 X 3 pelo Vasco da Gama, em 29 de junho de 1946.

Mesmo após esta remodelação, o estádio da Rua Figueira de Melo já pôde receber até oito mil pessoas. Hoje, no entanto, só está preparado para receber até mil pessoas. (Foto:Acervo de Marco Túlio, blog Paixão por futebol)


Abrahão Saliture, um expoente dos esportes naúticos do Brasil. Iniciou sua carreira esportiva no Clube de Regatas São Christóvão em 1914. Foi campeão na natação, remo e pólo-aquático. Esteve nas olimpíadas de 1920, em Antuérpia na Bélgica. 

Pelo clube possui 32 medalhas de 1º lugar na natação,e foi campeãp carioca de remo em 1918, além de inuneros titulos no pólo. Mais impressionante mesmo foi aos 69 anos de idade nas raias da Lagoa Rodrigo de Freitas (1952) - já pelo S. Cristóvão F.R. depois da fusão- foi entusiaticamente aplaudido pela platéia presente quando patroneou um barco sãocristovense num páreo de remo.

Os aplausos foram demorados atrasando os outros páreos.Ele por si só merece todo o louvor e ter sua biografia detalhada em razão de sua importancia. Ele nasceu em 17/12/1883 e faleceu em 30/04/1967. (Texto de Raymundo Quadros e foto do site lume.ufrs)

Ademar de Queiróz, atleta de futebol atuante no final dos anos 10 e 20. Tinha o apelido de "Tico-Tico". Tico". Chegou ao alto posto de General do Exército, exercendo inclusive o cargo de Ministro e também foi Presidente da Petrobras, logo após a queda do presidente João Gulart. Seu irmão, Altair de Queiróz, também jogou pela lateral nos anos 20. Ademar nasceu em 1899 e faleceu em 1984. Era Sócio Emérito do clube, e em seu Gabinete de Ministro, mantinha uma flâmula do São Cristóvão. (Fonte e foto:Acervo fotográfico do clube)

1916. (Foto: Acervo fotográfico do clube)

Fotos sem identificação (Do Acervo fotográfico do clube)







Categoria de base.

Categoria de base.


2 comentários:

lcjose54@outlook.com disse...

No time do São Cristovão, ano de 197(Milton Neves), temos a seguinte escalação - em pé, da esquerda para a direita: Triel, Norival, Celso, Madeira, Dias e Almir. Agachados, da esquerda para a direita: Gilbert, Ivo Sodré, Alexandre, Teia e Humberto.

Abraços,

José Leôncio Carvalho

lcjose54@outlook.com disse...

Retificando o ano: No time do São Cristovão, ano de 1972(Milton Neves)