quarta-feira, 1 de setembro de 2010

O time da ferrovia



Mascote do Noroeste.

Fotos: Acervo do E.C. Noroeste

História do E.C. Noroeste

Fundado em 1º de setembro de 1910 , com o nome de Sport Club Noroeste, o alvirrubro de Bauru teve como primeiro presidente o engenheiro Carlos Gomes Nogueira. Entre os primeiros sócio-beneméritos do clube estão figuras importantes de Bauru, como Alfredo de Castilho, Eduardo Vergueiro de Lorena (prefeito da cidade entre 1925-26 e 1929-25/10/30), Ernesto Monte (Prefeito de 1938-41), Otávio Pinheiro Brisolla (prefeito- 1918-21 e 1948-52), entre outros.

O primeiro confronto da história do Noroeste foi contra um selecionado da cidade de São Manuel. Vitória por 1 a 0.

O estádio Alfredo de Castilho foi inaugurado em 1º de agosto de 1935, com um jogo entre o Norusca e o Campinas F.C. Placar final: derrota noroestina pela contagem mínima.

Alfredo de Castilho foi diretor da E.F. Noroeste do Brasil entre maio de 1925, nomeado pelo presidente Artur Bernardes, e 1929 e de 1934 até março de 1937. Faleceu em 1947.

O primeiro título estadual foi do Campeonato do Interior de 1943. Na final, disputada em dois jogos contra o Guarani de Campinas, o Noroeste levou a melhor.

Os jogos foram disputados no Estádio do Pacaembú e após vencer o primeira partida com um gol do ponta-esquerda Fontes, o Norusca segurou o 0 X 0 no segundo jogo. Os heróis de 43 foram: Amélio, Xande e Irineu Pé de Boi; Balbino, Sérgio e Chocolate; Lamonica, Crisanto, Adolfrizis, Cirilo e Albércio ou Fontes.

O profissionalismo chegou em 1948. Em março, Anísio, Xandu, Chocolate, Tuim, Ferreirinha e Julinho foram os primeiros alvirrubros inscritos como jogadores profissionais. O Norusca passou então a ter dois times: um profissional, que disputaria o Campeonato Paulista e outro para jogar o Amador de Bauru.

O primeiro campeonato da 2a Divisão disputado pelo Noroeste foi o do próprio ano de 48. Após altos e baixos, o time terminou na terceira posição da série branca do Campeonato. O Linense foi o campeão, mas perdeu o acesso para o XV de Piracicaba, após um triangular que contou ainda com a participação do Rio Pardo.

O primeiro título da 2a Divisão veio em 1953. Após conquistar o título da Série Verde do Campeonato, o Norusca, em uma campanha heróica, conquistou o título da Segundona, passando por cima do América de Rio Preto, da Ferroviária de Araraquara, do Paulista de Jundiaí, do Marília e do Bragantino.

Foram oito vitórias em dez jogos, que renderam o primeiro acesso da história do Noroeste à divisão de elite do futebol paulista. O título foi assegurado com uma vitória por 2 X 0 sobre o Marília, no Alfredão. Festa na cidade.

O time de 53 era formado por Sidney, Osvaldo e Villa; Nelson Faria, Mingão e Amaro; Colombo, Zeola, Brotero, Ranulfo e Luiz Marini. O técnico era José Pavesi, que faleceu pouco antes do último jogo do primeiro turno da fase decisiva, contra o Bragantino.

O maior susto da história do Noroeste ocorreu no dia 23 de novembro de 1958. A partida era contra o São Paulo de Poy, Mauro Ramos de Oliveira e Dino Sani, no Estádio Alfredo de Castilho. Aos 25 minutos do primeiro tempo, a geral estava em chamas.

No ano de 1960, a melhor campanha do Noroeste no Paulistão: 17 vitórias, seis empates e 11 derrotas. O quinto lugar, junto com o Guarani e o desabrochar de dois craques: Toninho Guerreiro e Zé Carlos.

Em maio de 1964, a primeira vigem internacional. Uma excursão para um torneio em Cochabamba, na Bolívia. Vitórias sobre o Jorge Wilstermann (2 X 1), São José de Oruro (4 X 0) e Aurora, então campeão boliviano (4 X 0).

O interesse pelo futebol alvirrubro na Bolívia justificou-se pelo grande número de amistosos que o Norusca disputou na região da fronteira.

A primeira queda do time veio em 66. Depois de uma fraca campanha, o time bauruense decidiu sua sorte em um jogo de desempate contra o Guarani, no Pacaembú. Resultado: 3 X 1 para o Bugre, debaixo de muita chuva.

O Noroeste voltou a divisão principal do futebol paulista apenas em 1970. Na fase final o alvirrubro passou pelo Bragantino (2 X 1) e Nacional. Contra o time da Capital, após um empate em um gol no primeiro jogo, o Norusca, com um gol de Fedato, garantiu o acesso e o fim do drama da Segundona.

O próximo passo era encarar o Paulistinha, criado pela Federação Paulista de Futebol, como uma seletiva para os times do interior. Os classificados teriam o direito de disputar a fase mais importante do Campeonato, o Paulistão.

O Noroeste só voltou a enfrentar os grandes clubes do estado no ano de 74, após garantir a última vaga no Paulistinha de 73. O primeiro jogo do Paulistão 74 foi contra o Santos, na Vila Belmiro. 2 X 1 para o Peixe. No final do campeonato, um honroso décimo lugar.

Nas campanhas seguintes, o time alternou bons e maus resultados. Ao mesmo tempo, um garoto ia surgindo nas categorias de base do clube. Era Baroninho que, mais tarde, ganharia destaque no futebol nacional.

Em 78, o Norusca partiu para a disputa do Campeonato Brasileiro, a primeira e única vez que o time disputou a Primeira Divisão.

A grande contratação para o camponato, foi Jairzinho, o "Furacão de 70". O Brasileirão daquele ano registrou a incrível marca de 74 clubes, divididos em seis grupos. O time se classificou na repescagem da primeira fase, mas foi eliminado na segunda, por Grêmio e Palmeiras. No geral, a 28a colocação.

Os "bons tempos" do Noroeste durariam até 81, quando o time voltou a ser rebaixado para a Segundona. O time voltou à elite paulista em 84. O time volta a cair em 85, subindo novamente em 86. Neste período o time bauruense ficou conhecido como "iô-iô (sobe e desce).

O time vai se mantendo até 93, quando é novamente rebaixado, após uma derrota para o Mogi Mirim por 4 a 2, com direito a gol do meio do campo de Rivaldo. Em 94 o clube disputa a recém criada Série A2. O time vai mal no Campeonato e acaba rebaixado para a Série A3.

O clube ficou apenas um ano na Terceirona. Após uma excelente campanha, o Norusca conquistou o título (1995) e voltoua à A2. Em 1999 o a equipe fez uma das piores campanhas de todos os tempos e caiu novamente para A3. Em 2004, após uma excelente campanha, o Norusca conquista o acesso para a série A2

De forma brilhante em 2005, após 12 anos nas fases intermediárias, voltou a seu lugar de destaque, a Primeira Divisão do Campeonato Paulista de Futebol, o Paulistão, ícone do futebol mundial, assegurando também sua vaga no Brasileirão da série C.

No mesmo ano, o time conquistou o campeonato da Federação Paulista de Futebol levando-o a Copa do Brasil. (Fonte: Acervo E.C. Noroeste).


Flagrantes da festa dos 100 anos.
2010.
2010.
Damião Garcia, o dinâmico presidente do Noroeste no ano do centenário.
José Roberto Pavanello, torcedor símbolo do time e lider da Torcida Organizada Sangue Rubro.
Armando Padroni, o Xandu falecido 29 de julho deste ano foi o atleta que mais vezes vestiu a camisa do Noroeste na história, com mais de 300 atuações.
2007. Xandu recebeu homenagens nos 97 anos do clube.
O ex-jogador Aracito, em foto de 2007.
2006.
2006.
2006.
2005. Painel da torcida.
2005, festa do Acesso.
2005.
2004.
1991.
1987.
1987.
1987.
1984.
1984.
1979.
1978. Em pé: Mauricinho - Ednaldo - Marco Antonio Machado - Beto - Jorge Fernandes e João Marcos. Agachados: Jorge Maravilha - Jairzinho - João Carlos Faciolli - Amadeu e Baroninho.
1978.
Jairzinho com a camisa do Noroeste.
1978. O Furacão Jairzinho chega a Bauru para defender o Noroeste.
1976.
1975.Em pé: Lorico - China - Luis Carlos - Araújo - Moacir e Maurício. Agachados: Marquinhos - Carlos Roberto Rodrigues - Marco Aurélio - Moreira e Julinho.
1974.
1973.
1970. Gol de Fedato.
1970. Em pé: Luizão - Chiquinho - Nascimento - Odair - Romualdo e Marco Antonio. Agachados: Odair - Cologna - Márcio- Fedato - Foguinho e Mário Augusto.
Francisco Romualdo de Paula, o Chicão, ex-lateral do Noroeste entre as decadas 60 e 70.
1966. Em pé: Ilzo Nery - Aracito - Daniel - Virgílio - Lourival e Dário. Agachados: Paulinho - Araras - Tião Nego - Zé Carlos - Coelho e Gualberto.
1965. Em pé: Brito - Lourival - Geraldo - não identificado - Cláudio e Aracito. Agachados: Passarinho - Zé Carlos - Flávio - Romualdo e jogador não identificado.
1965. Cláudio, goleiro.
Anos 60.
1963. Em pé: Dário - Lourival - Virgílio - Navarro - Aracito e Ilzo Nery. Agachados: Daniel - Tião Nego - Araras - Zé Carlos - Coelho e Gualberto.
1962. Em pé: Adézio - Gerolino - Geraldo - Julião - Aracito e Gualberto. Agachados: Batista - Toninho Guerreiro - Capelozza - Maneca e Davi.
1962 - Toninho Guerreiro, Gelson e Gualberto antes de um jogo entre Noroeste X Corinthians Paulista.
1961.
1960. Toninho Guerreiro e Zé Carlos.
1960.
1960.
Estádio em dia de jogo.
Estádio Alfredo Castilho, o "Alfredão".
O engenheiro Ubaldo Medeiros, segundo a esquerda, na inauguração do estádio em 1960.

O atual estádio,como se sabe, construído pela Estrada de Ferro Noroeste, em terreno doado por Daniel Pacífico,e durante a administração do engenheiro Ubaldo Medeiros, levou inicialmente o seu nome.

Reinaugurado no dia 5 de junho de 1960, como documenta a foto acima: da esquerda para a direita, o repórter Tom Barbosa (Rádio Panamericana), engenheiro Ubaldo Medeiros, vereador Ivaldo Crivelli, Daniel Pacífico, locutor José Haddad (Auri-Verde), e, braço estendido, o repórter Célio Gonçalves (Bauru Rádio Clube).

Aí veio o Golpe Militar de 1964. Que chegou à Estrada de Ferro Noroeste do Brasil, com a destituição dos seus diretores, a prisão de líderes sindicais, e a nomeação de um interventor militar, o general Ramiro Gorreta.

Uma das primeiras medidas do general foi escorraçar o nome de Ubaldo Medeiros dos portões do estádio. Ressuscitou o falecido Alfredo de Castilho, que era o nome do velho estádio.

Embarcando com tudo na histeria anticomunista que então contaminava o país, o general implicou também com a gloriosa camisa vermelha do Noroeste. Ameaçou mudar. Imagine, a cor vermelha, cheira subversão!Exército Vermelho!

Só sossegou quando lhe asseguraram que o Norusca tinha sido fundado em 1910, anos antes de o Exército Vermelho ter sido formado, e garantido a vitória da revolução socialista na Rússia em 1917.

1959. 1959. Este time aprontou muitas e boas no Paulistaõ. Em pé: Pedro – Fernando – Geraldo –Gaspar - Vila e Julião. Agachados: Batista – Ranulfo – Gomes - Maneca e Gelson. Entre outras façanhas, esse time enfiou 6 X 3 no Corinthians, no Paulistão de 1959.

Quase ao final dos anos 50, antes de ir para o Santos, Pelé jogou três partidas pelo Noroeste, fez gols mas não chegou a assinar contrato.
1956.
1953-1954.
1954. Radialistas e jornalistas celebram a ascensão do E.C.Noroeste.

Quando o Noroeste estava na reta final para chegar à Primeirona, o então radialista Luciano Dias Pires, manteve durante meses na PRG-8 Bauru Rádio Clube, da família Simonetti, o programa noturno Prá Frente Noroeste!

E festejou a vitória final com colegas de emissora. Que produziam, com ele, o primeiro jornal falado do rádio bauruense. Na foto acima, a comemoração. Em primeiro plano, à direita, Luciano Dias Pires, em seguida Carlos Rodrigues Sampaio, e, ao fundo, Nelson Reginato Leite do Canto.

1953, primeiro acesso.
1953.
1951.
Xandu.
Xandu (a esquerda), um dos baluartes da conquista de 1943 e idolo do clube.
1943. Time campeão do interior.
1943. A equipe campeã do interior. Manoel - Menezes - Chocolate - Sérgio - Balbino - Amélio - Xandu - Irineu o Pé de Boi - Euclides Paixão (técnico) Lamonica - Crisanto - Adolfrises - Cirilo Fontes e Euclides.
Nilton Silveira, paulista de Botucatu e juiz de direito aposentado foi zagueiro do BAC (Bauru Atlético Clube), funcionário dos Correios e locutor esportivo nas extintas rádios Difusora de Agudos, além da PRG-8 e Terra Branca, de Bauru.

Ao invés de gol, narrou o incêndio no Estádio Alfredo de Castilho, em novembro de 1958, em jogo do Noroeste contra o São Paulo. Noroestino e corintiano fanático, não perdia um jogo do timão quando morou em São Paulo, nos anos 1970.

Era amigo do ex-presidente do Corinthians, Vicente Matheus (1908-1997). Nilton chegou ainda à presidência do Noroeste. Faleceu no dia 17de março de 2010.
1958. Antigo estádio Alfredo Castilho, em chamas.

História

O estádio Alfredo de Castilho foi inaugurado em 1º de agosto de 1935, com um jogo entre o Norusca e o Campinas F.C. Placar final: derrota noroestina pela contagem mínima. Alfredo de Castilho foi diretor da E.F. Noroeste do Brasil entre maio de 1925, nomeado pelo presidente Artur Bernardes, e 1929 e de 1934 até março de 1937. Faleceu em 1947.

O maior susto da história do Noroeste ocorreu no dia 23 de novembro de 1958. A partida era contra o São Paulo de Poy, Mauro Ramos de Oliveira e Dino Sani, no Estádio Alfredo de Castilho. Aos 25 minutos do primeiro tempo, a geral, que era de madeira pegou fogo.

O incêndio consumiu as populares do Alfredão e causou pânico no público presente. O fogo ainda atingiu algumas casas, que ficavam nas proximidades. Cinco pessoas ficaram feridas.Quanto ao jogo, ele foi retomado em 9 de dezembro, no campo do Bauru Atlético Clube. Resultado: 3 X 1 para o Tricolor paulista.

Jorge Fernandes, antigo jogador do Noroeste.
Foto antiga.
Equipe do Noroeste nos anos 20.
Capota e Clóvis, anos 20.
José Perazzi, um dos grandes jogadores da história do clube. Jogou nos anos 20.
Foto de 1917 ou 1918. Ao fundo o prédio dos antigos escritório. Atletas trabalhavam na ferrovia.
Uma das primeiras fotos do Noroeste.

2 comentários:

Reynaldo disse...

Parabens pela seu belo trabalho a respeito do centenario time do Norusca la de Bauru. Abracos.

juliana disse...

Olá!
Td Bem?
seu material é ótimo!
Sou neta de Clóvis Cardoso; Jogador do noroeste quando subiu da segunda para a primeira divisão em 1953, já localizei algumas fotos dele inclusive um álbum de figurinha.
se souber de mais alguma foto ou história dessa época por favor compartilhe :)
Obrigada!